Refrão

O que me transforma no que sou?
Eu não sei apenas viver. Me prendo ao inferno das verdades, ao caos dos aborrecimentos, de ilusões.
Os sorrisos que procuro se dissolvem em 45 minutos e desaparecem em meio a multidão. Me transformo no que você criou. De desilusões e incertezas. Eu guardo as desculpas que jamais serão ditas, os pecados que todos cometem, a pureza da farsa.
Sirvo apenas ao seu ego, ao brincar de vida. Como todos os "eu te amo" que guardo em forma de fraqueza, e detesto acreditar. E se transformo sua vida no furacão desgovernado, perdoe-me.
Seus lábios marcam os meus que marcam os dela que nunca me encontraram, isto parece confuso, creio que sim, mas real. Eu me lamento por dias a procura das respostas, porque não pode se desiludir como todas?

Meu coração é real, sangue e pulsos. Dele apenas o impulso que mantém a escrita. Força o inevitável.
Quem um dia vai arrancar de mim os segredos e manipular todos meus passos, sem que eu me rebele, ou sofra e desista. Quem?

Eu não deveria estar acordado.

Sufocado

Como o amargo entre os lábios, é não sentir o amor entre o peito.
Não deixar que as cordas se soltem, livre você do mal.

Da mais linda história, de amor e de ódio.
Das preces que um dia arranquei de mim, de contos que a vida não pode me dar.
Se eu não sinto não existe.

De todas as palavras que li, pedaços perdidos, não me encontro, me transformou em pecado sadio, que resalta meus erros e mergulha em meu amor, lamentando poder fugir sem dizer adeus.
Criação dos nossos segredos e medos. O que devemos ser perante aos olhos da vida.
Mas se realmente sentir, me desprendo de você, e se realmente existir, eu espero sorrir um dia sem perdão. Sem o contraste que arranha seu rosto e marca meus passos.

Eu já desiste da verdade.
De tudo aquilo que resiste aos erros que condena.
Me perco em minha fé e me encontro em meu pecado.
Na escuridão onde soluço sem platéia, onde a respiração sucumbe a dor, eu existo. E os abismos onde estou enterrado você jamais visitara. Uma inocência plausível.

E quando eu estiver longe, e quando esta vida for apagada para que os mesmos erros não sejam escritos, eu espero não saber que mudei, espero não entender meu passado, apagando meus passos.

Você é incapaz de odiar, eu sou incapaz de me curar. Reverso ao extremo. Ressalvas.

Deixo para trás aquilo que apaixona e que mata.
Os segredos guardo comigo e um dia face a face eu negarei.
Uma a uma, meus desejos.
Quando as cortinas manchadas de sangue se fecharem, não mais o prazer e o ódio estarão em conflito.

Eu me deixarei ir.