Sufocado

Como o amargo entre os lábios, é não sentir o amor entre o peito.
Não deixar que as cordas se soltem, livre você do mal.

Da mais linda história, de amor e de ódio.
Das preces que um dia arranquei de mim, de contos que a vida não pode me dar.
Se eu não sinto não existe.

De todas as palavras que li, pedaços perdidos, não me encontro, me transformou em pecado sadio, que resalta meus erros e mergulha em meu amor, lamentando poder fugir sem dizer adeus.
Criação dos nossos segredos e medos. O que devemos ser perante aos olhos da vida.
Mas se realmente sentir, me desprendo de você, e se realmente existir, eu espero sorrir um dia sem perdão. Sem o contraste que arranha seu rosto e marca meus passos.

Eu já desiste da verdade.
De tudo aquilo que resiste aos erros que condena.
Me perco em minha fé e me encontro em meu pecado.
Na escuridão onde soluço sem platéia, onde a respiração sucumbe a dor, eu existo. E os abismos onde estou enterrado você jamais visitara. Uma inocência plausível.

E quando eu estiver longe, e quando esta vida for apagada para que os mesmos erros não sejam escritos, eu espero não saber que mudei, espero não entender meu passado, apagando meus passos.

Você é incapaz de odiar, eu sou incapaz de me curar. Reverso ao extremo. Ressalvas.

Deixo para trás aquilo que apaixona e que mata.
Os segredos guardo comigo e um dia face a face eu negarei.
Uma a uma, meus desejos.
Quando as cortinas manchadas de sangue se fecharem, não mais o prazer e o ódio estarão em conflito.

Eu me deixarei ir.