Luta

Na verdade existem as lutas, que vencemos, perdemos, transformamos em gloria e sucesso, ou fracassos homéricos. Na verdade temos as duvidas, que nos consome, nos tira o foco e transforma paz em angústia. E corremos sem rumo, andamos em círculos, sem saber pra onde ir e pra quem recorrer. 
Na verdade vivemos momentos de dor, sofremos, choramos, decepções e ilusões, e questionamos tudo o que podemos ver, tudo que nos é mostrado. Porque a dúvida é eterna. 
Hoje é diferente de ontem, hoje é cinza, sem cor, fosco, sem brilho. Hoje é rotina, mesmisse, ilusão de felicidade que suborna o que minha alma anseia, conclusões e descobertas, revelações e no fim, paz. 
As pessoas não compreendem, isto não é conquista, não é vitória, não é crescer. Na verdade hoje a vida é simples por ser igual, não soma, não cria, céu nublado e escuro. Um escuro sem maiores adjetivos.
Na verdade quando paramos de buscar, se perde, desaparece, amorna, cicatriza. E a vida é uma ferida aberta, é um eterno sangramento, uma constante cheia de pulso. Quando estanca, morre. Quando não percebemos os erros, nos tornamos viciados, doutrinados, alienados. E nos transformamos em meros espectadores de nós mesmos. Isto tudo é consequência das verdades.
Algumas vezes rimos sem alegria, são os risos sombrios, risos mascarados, aqueles que não são da alma. Alma que hoje em dia se faz presente, se transforma em resposta aos porquês, talvez a única justificativa que nos livre dessa angústia. Minha alma vaga sozinha, a minha espera, enquanto padeço em meio as impurezas e rotinas doentes. 
Na verdade existem as vezes em que critico minha existência, questiono as razões, e procuro o mais rápido possível me libertar. Livrar meu espírito e por mim mesmo, só por mim, entender tudo e todos. E todo o mal será liberto, e eu vou respirar e dormir em paz.
Nas dúvidas eu navego, a deriva, na verdade elas existem, eu sei bem, e eu preciso passar por essas dúvidas para compreender ou ver tudo ao meu redor. Eu não pertenço. Eu persisto. Existo e sofro por não desistir. Insisto.




O Menino e o Muro II

E o menino  atravessou, por onde antes nunca havia alcançado. Braços doloridos, suor, olhava para os lados afoito e com medo. O que poderia encontrar? Haviam trilhas, novos caminhos, suas pernas tremulas queriam correr, mas para onde?. Ele lembrava de todas as aventuras que havia passado, daqueles dias onde acordava com o sol em seu rosto, que olhava ao horizonte e aonde seus olhos alcançassem, lá estaria ele. Este menino que lutou tanto para chegar ao limite, hoje havia descoberto o que estava lá, por de trás de tudo que ele acreditava, por além de todos as vezes que ele sonhou que o que vivia era eterno.
Em seu bolso ainda haviam os rascunhos, pequenos papéis onde ele escrevia os sonhos que um dia realizaria, onde colocava as histórias que a vida lhe mostrava, e as pessoas que passavam por ela, ele sempre guardava tudo isto. Alguns amassados, velhos pelo tempo, rasgados e faltando pedaços, e outros quase em branco, como se faltassem serem completados. 
Ele resolve sentar, descansar, esperar antes de seguir por caminhos que não conhecia. Seu rosto já não mostrava só alegrias, marcado pelo tempo e por vitórias e derrotas. Um sorriso fácil, um pequeno impulso para que fosse adiante, mas o que e até que ponto ele suportaria? Tudo era muito pesado e frio. 
Talvez o tempo que este menino passou caminhando por suas pernas, sobrevivendo por si só em um mundo aos avessos, tenha lhe ensinado a entender que as pedras e os caminhos marcados podem ser desfeitos, e isto fez ele parar por um tempo. 
Ele olha para traz, ali esta ele, aquele muro onde a alguns anos ele parou, sem poder sequer alcançar o topo. Ele não foi destruído, ele for transposto, o menino que não era mais criança estava ali, onde sempre imaginou estar, e ainda assim lhe faltava algo, lhe faltava a razão. E esta dúvida sobre a razão de ser, de porque ele precisara estar ali, com suas mãos e pernas já desgastadas, com seus cabelos já não tão brilhantes e vastos como antes, lhe fazia apenas querer entender.
E ele ouvia de dentro de seu peito:
"Levante-se, caminhe, siga. Forças em seus atos, enxugue seu rosto, não há volta, não existe retorno. Aquelas pessoas se foram, e aquelas trilhas que você tanto decorou, se apagaram. Desfaça-se dos seus rascunhos, de suas sobras de papel, de lembranças que lhe sufocam meu garoto. Hoje em dia o que você precisa é reconstruir, por mais dolorido que seja, deixe ir. Deixe que a vida pavimente seus novos caminhos e você tenha fé e caminhe, por si só. Deixe guardado em seu peitos as histórias com ponto final, deixe as lágrimas para os momentos de alegria e não de dor. Onde você possa lembrar de tudo que viveu e de quem viveu contigo sem vergonha ou medo, pois estas pessoas lhe deram sonhos e motivos para sonhar, pois estas pessoas, mesmo pecando, transformaram o que você jamais alcançaria em alavanca para seu sucesso. Hoje garoto você esta além do que imaginou, graças aos caminhos que você seguiu junto a quem lhe quis bem, e isto continua. Você ainda pode seguir adiante, pode ser de mãos dadas com quem acredita que você é especial, por cima de todas as vergonhas, boatos, falhas e defeitos. Acredite que novos passos serão dados, e não desista de ser o mais importe, puro, por si só."
O menino limpou a poeira de suas mãos, levantou-se, respiração funda e decidida, ele estava disposto a acreditar, confiante de que após mais esta nuvem sombria e carregada, o sol voltara a brilhar em seu rosto e o horizonte a indicar o caminho de seu coração. 
Força.

Sucesso?

Tudo esta congelado, parado, instável, sem vida. Nada do que vejo é real, nada do que sinto é bom, e as horas passam mais devagar que os anos. É um inferno congelante, sombrio, eco por dentro e sem frutos. Dentro de mim as peças estão espalhadas, rodando em um universo paralelo distante dos olhos de todos. 
Não temos as mesmas alegrias, não compartilho do sucesso que deixam vocês felizes. Por aqui tudo se despedaça, se fragmenta, eu luto contra aquilo que acredito. Eu me seguro para não explodir.
São pequenos detalhes, da minha grande alma, que representa mais do que eu mesmo acredito, que reluz mais do que deveria, e transforma meus atos em algo fora do controle. Não admito ser aquilo que não devo ser, questionando porque e incompreendido os fatos. Eu não sei fingir por muito tempo. 
De que adianta a felicidade aos olhos dos outros enquanto por dentro nos traímos? É por isso que luto, para não me tornar mais um que sucumbiu e se matou por dentro para viver as imposições de uma vida banal. Incomoda aqueles que nunca lutaram, incomoda aqueles que nunca experimentaram nada alem do que lhes foi mostrado por outros. É por isso que eu reluto sempre.
E aquilo que a maioria das pessoas almeja, de nada me seduz. Pois tenho a consciência de que isto apenas trás alegrias momentâneas, subornando a verdade, pois quem nunca teve se deslumbra com qualquer coisa. E vive num círculo sombrio e falso, cego de que esta no caminho certo, de que aquilo é a prosperidade, enquanto é morto por dentro. 
Já tive armas pra me tornar o maior dos menores, o melhor dos piores, e viver na soberba hipocrisia que me assombra dia a dia. Não quis. Fruto da minha alma que me impede de seguir por onde não acredito, e isso não cabe a ninguém decidir. Só eu. 
Talvez eu seja um louco, talvez eu deva experimentar de cada pedaço da impureza e desordem que todos vivam, das dores que todos sofrem, das vontades que todos matam por um propósito qualquer. Talvez eu deva provar o amargo da derrota, da traição da vida com você, para entender mais ainda o que devo fazer ao certo, onde devo pisar e com quem caminhar. Eu aprendo demais com os erros, e jamais os repito.
Hoje eu vivo assim, planando sobre o que acredito, engolindo seco e flertando com um coma. Assistindo meu próprio dramalhão mexicano, de camarote.
Talvez eu seja injusto com o destino, não compreenda seus passos e pistas, e esteja blasfemando contra mim mesmo. Ingrato, pode ser, quem garantiria que não? Mas não consigo ainda enxergar a parte boa dessa história toda. Não consigo olhar na mesma direção que ele me aponta e dizer que lá está meu foco.
Se para alguns eu tenho sorte, pra mim eu tenho lições. Se pra alguns isto é felicidade, pra mim é penitência. Se pra alguns isso é sucesso, pra mim é vida desperdiçada.

Suicídio

Dois, três, quatro passos. Isto não é poético, não traz sorrisos aos olhos, não inspira a ser feliz. Não siga minhas palavras e não copie meus atos, eles não salvarão sua alma, seu fim, seu legado imperceptível.  Eu já fiz o que podia, já livrei você do mal, já abri seus olhos, tentei parei o mundo para que junto comigo você saísse e entendesse o que sinto, mas nem você nem ninguém foi capaz de liberdade. Não aceito porque não pertenço, e só percebi isso o dia em que resolvi parar de pensar. Só naquele momento, em que meus pés caminhavam de encontro ao ponto final, eu vi por todos os anos que não vi.
Por todos os dias em que subtraí um pouco de mim para fazer você feliz, por cada caminho que segui sem querer apenas para ver onde você me levaria, eu me arrependo. Pois sei que você nunca abriu as portas sem que eu batesse, nunca iluminou a estrada por onde andei todos estes anos, em meio a tempestades e precipícios que fui obrigado a me jogar.
Não lhe perdoo porque fui cego o suficiente por me deixar levar e iludido segui por ambição, tentando descobrir algo que não existe. O tempo agora é de dizer boa noite e adeus à você.
Chega de farsas e daqueles sorrisos que contagiam, chega de pensar que tudo que eu vi um dia seria alterado, chega de seguir de mãos dadas com você, calada e muda, sedutora e perversa, que insinua mas não demonstra. Eu agora me separo e respiro aliviado por ser impossível você me acompanhar.
Você  é patética, ao ponto de me fazer rir, porque não esperava que eu seria capaz de te trair desta forma, e hoje eu vou rir de tudo aquilo que me fez. Se existir arrependimento você vai sentir, por tudo.
Cinco, seis, sete passos. E agora? Você me diz o que? Me segure e me mostre por onde saio, me demonstre todos aquelas soluções que eu nunca vi, ou separe momentos que me segurem, pois para cada momento lindo que você me reservar como resposta, eu lhe jogo outros mil que você me devolveu sem razão, amputando e cortando minhas asas assim que comecei a voar. E já que não pude voar, você não vai conseguir me livrar de agora, não é? Você é patética!
As pessoas não respiram ao seu lado, não enxergam, não lutam, não são atiçadas por nada alem daquilo que você finge dar a elas, eu tenho dó, e infelizmente não consegui tirar das  suas mãos aqueles que gostava, são fracos demais para isto. São alienados e subtraídos de suas reais funções por você.
E agora que eu terminei de me retratar a você da maneira que eu sempre quis, sem buscar te entender ou raciocinar a respeito da sua existência, eu me liberto, pode me deixar ir.
Talvez eu procure algo que guarde comigo, para te fazer lembrar nestes 33 anos em que vive com você, alguns deles sem minha vontade, outros procurando por respostas as perguntas que me fazia, e outros que apenas deixei passar, que alias, foram os melhores, pois você não me incomodava.
Mas o tempo passou, e hoje em dia o caminho se tornou escuro demais e suas respostas as minhas perguntas ocas e sem sentido. Se eu não te entendo mais, não te quero comigo, se eu não te amo mais, não te quero comigo, e se eu não te enxergo mais, o melhor é fechar os olhos, e lá vou eu.
Oito, nove, e o décimo passo. Meu ouvidos não lhe ouvem mais, meus olhos não te vêem mais, e meus dedos não tocam os seus. e um filme de lembranças flutua enquanto eu digo adeus, enquanto eu entendo o tão curto foi meu romance com você e o quanto eu sofri ao seu lado por tantos anos em linha reta, sem me deixar buscar novos rumos.
Agora que parti não lhe absolvo de culpa, pois você sim, é responsável por nossa separação, e por eu ter tomado esta atitude. Talvez um dia você amadureça ao ponto de não mais fazer de todos o que fez comigo, talvez um dia você mesma pare de existir e poderemos ser feliz sem mentiras.

Meus olhos se fecharam e nem que eu quisesse te ver, eu seria capaz a partir de agora.

Mundo Eu

Na minha mente eu renasço, faço parte de um mundo confuso, misturado, fosco e ofuscado. eu crio personagens, monstros, destruo meus medos e sepulto meus inimigos. Livro-me do mal, conduzo um sonho, realizo, morro e nasço quantas vezes eu quiser.
Neste espaço onde ideias se materializam, podemos inventar soluções, amores e vilões. Me apaixono e caso, separo, reconcilio, cometo adultérios, tenho filhos, livro-me de mulheres indesejáveis, e possuo as que nunca toquei. Essa viagem sem fim, esse universo limitado apenas por meus limites.
Quais daqueles dias chuvosos eu recrio, quais daqueles dias de sol, ao vento, eu refaço e reconstruo. Hoje não mais padeço, eu espero que aconteça, eu ilumino meu caminho, deixando livre para continuar. 
Tempestades e redemoinhos, temores, eu passo dia a dia por eles, encaro meus vermes, infernos e lobos, famintos por meu fracasso, tentam me derrubar, me podam e me criticam, mas eu sou uma voz e palavras, imortais.
Não escrevo obras primas, não sou artista, não relato inverdades ou fantasias, não crio universos falsos ou situações hipotéticas, eu registro eu. Um mundo meu, onde você pode estar ou não. Os gritos que no vazio não ecoam, como já dito antes, os gritos que eu calo cada vez que preencho essas linhas, são pedaços de mim vomitados, entalhados a força e vividos, reação as chibatadas que sofro.
Por fora uma diferença plural, por dentro um ser singular. E manter isto dói e custa caro, fere e derruba, e eu sempre digo isso. 
Neste espaço que eu criei, eu levanto uma bandeira e sustento uma idéia, eu debato meu caos e critico seus medos, expresso suas mentiras e assassino sua tese, seu amor juvenil, seu conceito primata. Eu lavo a sua cara com meu acido, desmascaro sua farsa e estampo todos os seus temores. Aqui, neste mundo, você é refém.
Eu não finjo, porque eu não preciso fingir o que você não pode negar, porque se eu fosse simples e normal, você nem notaria, e você me nota, porque eu no meu mundo sou o astro. Um mundo ainda limitado, um pedaço de destino, um futuro incerto, mas existente.
Nesse mundo eu, perfaço e faço eu neste mundo.

A Razão

E dolorido. Ultrapassa toda e qualquer verdade, e quaisquer mentiras, e para aqui, dentro de mim. Eu sofro mais que qualquer um de vocês, quando as luzes se apagam, quando os detalhes renascem na minha mente, eu não seguro. Falo pra você.
Eu só quero seu bem, eu só quero que você viva tudo aquilo que merece viver, por mais que eu relute em não aceitar os fatos, eu preciso deixar você ser feliz, e isso não me inclui.
Eu sou condenado a pagar por minhas escolhas na vida e isso ninguém merece sofrer comigo, nem você. E se o seu amor for verdadeiro como eu acredito ser, que eu não morra dentro de ti, como você nunca morrerá dentro de mim. Merecemos cada passo dado, cada segundo que foi construído, eu ergui cada tijolo por você, cada pedra que eu jamais achei que seria capaz de levantar. 
Mas eu não podia mais, não podia faze-la sofrer por aquilo que sou, e você só precisa do melhor, só isso que eu desejo. 
Eu sofro e sangro da minha maneira, sinto minhas feridas abertas, aperto meu peito e seco meus olhos como se eu não resistisse, mas eu fiz o certo pra você viver pra sempre dentro de mim. Como as lembranças de um belo jardim e um paraíso onde meus passos flutuavam e jamais tocavam o chão, como se transpusessem barreias e oceanos, como se meus sonhos estivessem alcançado a realização. Em todas as noites que eu fechei os olhos ao seu lado, nas que senti seus batimentos puros, eu tentei te proteger de tudo que eu fui capaz, e te ensinar tudo o que eu consegui, eu te dei o mais puro de mim, e por isso eu precisei ir, eu precisei partir.
Não sei até quando eu vou lutar, até quando eu vou aceitar a vida que me leva a isto, eu estou perdendo forças em me entregar, em procurar por aquilo que meu coração não enxerga. Eu não quero mais chorar.
Você foi perfeita em tudo o que fez, você purificou meu coração com seus atos e suas verdades, e eu aprendi com você a aceitar o amor. Você me trouxe luz na escuridão de uma vida, me afagou e curou feridas que eu precisava curar, mas feridas não sanam doenças, e eu, por mais que você tentasse, continuei doente. 
Dói demais, porque as peças se espalham de novo em um quebra-cabeça onde eu nunca encaixo a parte final, onde monto e remonto minha vida desmanchada, trucidada, esmagada. Eu não posso pensar em você sofrendo, eu não posso ver você morrer por ser perfeita demais pra mim, e não aceitei que as coisas continuassem assim. 
Vai ser melhor, eu espero, que as tempestades tragam a luz pra você, por tudo que foi feito e representado. Não tinha mais saída, não tinha como eu achar a solução pra mim, eu não devia fazer errado de novo. 
Eu estou aqui, eu nunca vou te abandonar, porque eu semeio as pessoas que foram e são importantes na minha vida, e você sempre será. 
Queria ter encontrado a razão, pois sei que não sou perfeito, pois sei que as noites que te fiz sofrer não fiz por mal, fiz por não conseguir ser aquilo que queria ser pra você, e espero que você encontre quem queria em mim de alguma forma, em algo, em alguém, e de onde eu estiver eu vou estar sorrindo quando você sorrir, feliz quando vc vencer, e contente quando sentir que você lembrou de mim.
A vida me ensina de novo. Eu nasci pra isso.
Foi eterno.

Suborno-te

Eu, sempre eu, somente eu, vivo este espaço e este universo. Eu somente eu, suborno meus dias a espera de um vão onde eu escape, não ileso, mas inteiro pra um novo recomeço. Ainda assim reluto, em uma luta constante que jamais você enxergaria, pois é transparente, indolor ao seus olhos, impenetrável por suas tentativas de me confortar. Eu dissolvo minha alma pouco a pouco.
Incapaz de prender um amor, capaz de criar amores, imperfeito nos atos, perfeito nas palavras, e por mais que eu relute esta constante permanece, e eu crio e destruo, planto flores e colho espinhos, e mesmo assim eu ainda reluto a secar minhas rosas.
Minha alma padece, diante de mim sobram as migalhas que recolhi, eu permaneço órfão, permaneço obsoleto e absoluto em minhas convicções, e aonde elas me levarem eu suporto, e onde eu ancorar meu coração, será pulsante e eterno.
Se você ler isto realmente, se você absorver isto realmente, eu te encontro dentro dos meus sonhos, caminhando junto com meus passos, pois não há nada que separe você do que eu lhe digo. Eu não profetizo, eu não invento contos onde não me encontro, mas sim apenas transbordo meu luto e dor. Sim, dor, palavra que pode te incomodar mas me alimenta e me inspira, e claro, me derrota.
Enquanto as ondas forem rítmicas, enquanto o compasso não parar, os textos não param, as palavras não somem, porque é incrivelmente forte tudo aquilo que se vive. E eu não destruo minha alma, eu não renego ao meu destino, eu não suborno meu eu. Eu leio as páginas que a vida me escreve.

E onde estará você agora, que se esconde, renegando tudo aquilo que não pode controlar, tudo aquilo que eu plantei dentro de você, não existe a abnegação sem a neurose. Você não pode me substituir, nem me subtrair, não existe a farsa quando eu existi, não existe eu morrer. 
Mas voltemos a mim, eu permaneço em mim, não fujo, eu uso negativas, eu me subestimo, pois nem eu sequer seria capaz de compreender tudo sem pirar. Subjetivos, adjetivos, subjetivamente, adjetivamente, não dou pistas daquilo que não precisa ser encontrado. Esta aqui, minha "amiga", apenas veja, enxergue, eu te maltrato, mas eu ainda te afago em suas crises. Mato-te.
Mantenho perto sendo distante, perto o bastante para que toque seu corpo e renegue sua alma, você, sabe que eu me seguro para não errar. Eu jamais erraria com você, eu jamais errei com você, talvez por isso que você não compreende meus atos e passos. Eu só quero sobreviver. Perceba.

Hoje como ontem, talvez amanha eu relembre os meus passos e minhas quedas, eu serei capaz de remendar minhas feridas, costurar meus retalhos e seguir lembrando das trevas que transpus, dos infernos que vivi, e dos sorrisos que me levaram a eles. 
Eu só venceria matando o amor que existe em cada uma.

A Dor

Hoje é mais um dia como aqueles. Que começam como terminam. Daqueles sem cor e frio, que transborda dor. Hoje como aqueles dias que procuro lembranças pra subornar as horas, e preencher um vazio conturbante. Hoje é um dia que minhas mãos tocam algo sem forma, que minha respiração palpita sem ritmo, nas horas que ponho razoes em uma balança, uma comparação de pros e contras da vida.
Mais dos traços rabiscados no mesmo papel, seguindo a mesma linha, recomeçando um mesmo capítulo por varias vezes, substituindo personagens, que entrar e saem, levando pedaços de mim cravados em suas almas.
Contornos e luzes, venha comigo, não há historias sem tragédias, não há somente momentos de gloria, eu apresento os meus fins e você recomeça me aquecendo deste frio intenso que frisa minhas lagrimas no rosto. Para onde eu olho agora?
Eu preciso desta dor, que alimenta um sentido transformado de vida. Esta dor que provoca a essência irresistível só e pura do que sou, me calando para todo o redor. Um sussurro e tudo vem a tona.
Esta sendo frio a espera da libertação, das passadas largas que marcam a terra que me cerca. Um inferno de resíduos de um passado doente, sucumbindo a vida.
Ouvia vozes e sons, vindos daquele universo imperfeito que eu perfeitamente criei, vistoso.
Hoje é mais um dia daqueles que capítulos são apenas reprises...

Cristalina

Havia um tempo em que chorávamos sem medo. Onde as lagrimas que transbordavam de nossos olhos eram simples e nos traziam acima de tudo aquela sensação de alivio, mesmo que vindas de momentos de perda ou dor. Eram lagrimas cristalinas, reluzindo pureza, sentidos extremos e a vontade de mostrar o quanto nos importávamos.
Pequenas gotas, enxurradas, sussurros, soluções, aperto no peito e mãos no rosto. Chorávamos, e não tínhamos porque esconder, e tínhamos a certeza da verdade diante de nós, sabíamos dos choros por amor, por perda, por dor, por alegria. Estas lagrimas secaram.
E hoje choramos por dentro. Hoje choramos as angustias que a vida nos faz passar. Choros doidos, engasgados, que prendem a respiração e não nos dão respostas, apenas atam nossas mãos e misturam nossas idéias. E cada noite que passamos, acordados, em claro, procurando saídas para que as lagrimas cessem, este choro cresce.
E ainda espero o dia em que estes serão substituídos por sorrisos impulsivos. Que desaparecerão por serem supridos de alegria, de certezas, de respostas dadas, e complementos. Uma volta a sinceridade, um retorno aos bons momentos canalizados em cada gota.
Eu não sei se você é capaz de entender a simplicidade destas palavras. E são apenas palavras. E palavras é o que eu tenho pra usar como fuga, pra usar de uma forma a deixar marcado o que penso, imortalizado.

Hoje escrevo de lagrimas, lembrando os choros sinceros, extintos pela vida que os transformou em representação de dor.

Eu ainda derramo minhas verdades.

Venci

Você sabe do que é feita a vida? Pois eu vou lhe dizer. A vida é feita de erros, de estar perto de desistir e largar tudo para traz. É feita de momentos de dor onde os olhos não comportam tantas lagrimas, onde as partidas deixam marcas, e de onde não gostaríamos de estar naquelas horas erradas. E as vezes tentamos fazer o melhor para aqueles que não entendem que podemos ser melhores do que somos. E ferramos com alguém, e deixamos outros felizes. E vivemos uma vida onde podemos aprender e acertar ou acertar por ter errado ao invés de aprender. E a vida que mostro é a vida que mescla cada dia um pouco das alegrias que a tristeza deixa existir, quando ela resolve dormir, e deixar espaço para um sorriso. E a vida é sentida quando você descobre que viver significa mais que o que pode tocar, que transcende tudo aquilo que podemos ter em mãos e se resume a um segundo de gratidão por aquilo que julgamos ser correto, pelo menos para nós.
E o que eu pretendo não é ensinar que a vida que você ou eu levamos nos deixa mais puros ou menos dignos, eu falo de sinceridades. Sinceridade nos atos, que demonstrem a certeza do que você realmente quer fazer. Sinceridade que fere alguns princípios mas que te faz deitar a cabeça e dormir. Esta é a razão para que vivo e para a qual eu transformo o que penso em palavras.
Dos murros que dei em paredes intransponíveis deixei marcas que me ensinaram a não bater mais ali, a desviar e tentar outra maneira. E eu, por mim, da minha maneira vejo uma vida onde os detalhes reluzem na mais pura escuridão, me trazem a tona contornos e nuances que me parecem dizer pra onde vou e como devo existir.
E eu reflito os meus atos, sou reflexo dessa vida que explico ou que tento compreender a cada dia, enquanto navego em um oceano de magoas. Me vejo aqui, me encontro ali, transbordo cada segundo para dentro de um pequeno momento.
Uma doação sem pagamentos, uma entrega sem espera de respostas ou aplausos. Imune ao tempo e aos sucumbes. Talvez a vida de dor ensine as pessoas a viver com a alma e não apenas com os olhos. Eu aprendo a cada dia que piorar é praxe e vencer é inconsciente.
Eu me renderia a esta outra vida, seja ela qual for, que me tomasse como filho e me acolhesse sem medo, pois eu pertenço a onde eu imagino servir. Por mais insano que possa ser.
A realidade transforma só aqueles que vivem cravados aqui. Quem se liberta, se cura.

Se Sim

Pois talvez não haja mais o que ser dito. Quando as palavras cessam, se transformam em silencio, se calam perante tudo aquilo que se vê, talvez ela compreenda que esta derrotada.
Sou as vezes surdo demais, outrora cego demais, incapaz de acertar quando os dados são jogados por mim, e quando não aposto com fichas certas. Minhas metáforas subjetivas, incompreensivas, inclaras, levemente borradas por acusações diretas e doloridas.
Sei disso, sei daquilo, não falo de verdade sobre aquilo que minto, minto sobre as verdades que transformei em mentiras. Aqui aonde ninguém mais aparece, um esconderijo, eu lhe atraio a esta armadilha.
Duvidas não sanadas, dividas não pagas, promessas que eu cumpri sem ter prometido, e eu ainda, eu por mim, eu existo ainda, se sim. Preciso lavar os olhos, aceitar o que vejo de uma forma indolor, mãos juntas, unidas. Eu me borro de medo dessa tal realidade.
Lá fora as coisas não se encaixam, exemplos de desexemplos, uma luta com armas de festim, que não ferem o corpo mais sepultam a alma. Alma, eu me apaixonei por dizer sobre a alma. Tento criar esta luz para justificar a escuridão eminente sobre o hoje, sobre o que ontem era certo e se tornou hoje, e amanha vem sempre depois do hoje, e isto é meramente imposto.
Se sim, deixemos levar como corredeiras, sem rumo ou destino, por um caminho forjado aos ventos e força quase bruta, brutal, semeada de exemplos banais. Acredito sem crer que eu, você, eu, eles, não exista razão.
Os olhos se furtam, se fecham, buscam por um caminho dentro do próprio labirinto já existente, que infinitamente me traz de volta a estaca zero, puxa e agarra, impõe suas metas e diretrizes.
Uma nova história devera ser contada, um jardim sem flores, sementes ao solo, novos brotos com rosas e espinhos, um novo conjunto de fatos. Se sim, procuro estar acreditando, sem muito aceitar, sem duvidar, procuro aos poucos um respiro mais pausado, um conformismo verdadeiro e que traga calma e principalmente gloria.
Como um suicida obcecado por seu objetivo, prestes a aceitar o que impôs, eu deixo fluir tudo aquilo que transcende minha mente, mas que não pode ser interrompido abruptamente durante este processo.
Se sim, tudo para.


Carta a Amiga

Eu sinto ódio, realmente. Sinto ódio quando desperto no meio da noite, tentando ainda achar razoes para conseguir entender, para tirar de mim essa insana angustia da duvida, de tentar descobrir o que fiz errado, onde falhei, porque falhei, e se falhei.
Talvez eu não tenha realmente feito nada disso, e eu me martirizo sem motivos por não compreender a sua atitude. Talvez eu tenha sido bom demais, e isto deixou uma ferida que nunca ira se fechar, pois ser bom demais pra alguém é pura entrega, e eu me entreguei a você como achei que se entregou a mim.
Eu me enganei, eu fui enganado, eu tentei substituir alguém que já não existia por você, e no final, as duas estão mortas.
Um espaço oco, uma incompreensão que me tortura dia após dia enquanto eu peço aos deuses que me façam esquecer, que me confortem de alguém que me traiu, de alguém que destruiu todo o sentido que deveria existir sobre amizade, amor, dedicação. Tudo se foi.
Como em um tornado, que sem aviso arrasta o que tiver pelo caminho, construído, destruído, sem perdão, sem deixar pedra sobre pedra, eu sofro.
Eu não merecia, por tudo que fiz, por tudo que todos viram que fiz, por todos os segredos que lhe contei, e verdades que eram verdades apenas para você, por considerar que o universo girava em torno do nosso mundo, e de tudo aquilo que passamos e eu achei, de novo achei, que era real. E acordar desse pesadelo, desse coma que me amputou todos os sentimentos, esta sendo difícil.
Eu realmente estou sofrendo, realmente gostaria que isto terminasse, e eu gostaria de parar de me sentir culpado por não ser culpado. As vezes gostaria de ter dado motivos realmente para que isso acontecesse, gostaria de ter sido contrário a sua vida, de ter te dado conselhos banais e de ter lhe ensinado como não viver. Mas eu fiz ao contrário, eu lhe dei forças quando todos lhe zombavam, eu te dei carinho a minha maneira, que por mais que seja estranho, é o mais sincero do universo, eu lhe fiz sorrir mais que chorar incontáveis vezes, e te provei que podia confiar em mim mais que em sua própria família, que alias, eu achei que fosse eu.
Ninguém jamais vai entender o porque de ser tão difícil eu deixar isso morrer, o porque de eu escrever, de eu externar a dor misturada com revolta que me assombra a quase um ano. Eu sou assim, e eu não sei ser superficial como os outros julgam que eu seja, ou como VOCÊ foi, destruindo um universo em alguns minutos.

Eu quero que você morra. Realmente é este o sentimento que me consome e que restou dentro de mim, como defesa e conformidade. Eu preciso que você morra, eu torço por isso, como nunca torci antes, ou como nunca desejei a ninguém. Pois nada vai curar a seqüela que ficou a não ser o dia que eu souber que você não existe mais. Eu rezo, peço e preciso, por mais maldito e surreal que possa parecer, mas o meu desejo é esperar pelo seu fim. Pois eu me esforço todo dia pra matar você aqui dentro, e repito a todos que me perguntam que você está morta e se foi, e realmente você precisa ir.

Um dia eu fui tudo que você poderia esperar de alguém, e hoje eu renego e condeno cada dia que você existiu ao meu lado.

Eu vou sarar.



Luz e Mar

Eu me livro das amarras, paixão que arde, domina e cega. 
Não existe lamento, um olhar puro, sedutor, que transcende a carne, toca a alma, me chama pra perto.
Sua culpa, minha culpa, num mundo onde não existem inocentes, onde seu afagado engana a mentira.
Daquelas palavras que surgiram, sentidos, desejos, eu me atraio e você se atrai, meu amor.
De onde renasce as chamas, ardem em brasa, liberam os sentidos mais doces, proibidos por eles, perdoados por nós. Levo-te a loucura, nos sonhos, criação da mente, do desejo visual, da necessidade de existir aquilo que você gosta. Se torna rainha.
Olhares discretos, laça-me, preso por convicção, sem condicional, entregue. Não menos pura que uma rosa, uma beleza instintiva, que hipnotiza e fere, aos desvairados e amantes, aceitamos os meios para chegarmos ao fim, único e singular.
Eu por mim sou refém, viciado, uma única escolha, eu por mim sou culpado das noites que criei, sonhos que construí e coloquei você, rainha que nem sequer existe ainda. Eu por mim te desejo, sem medos, instinto e necessidade, paixão sem motivos.
Não me negues seus beijos, supostos doce, límpidos e puros. Mas lábios vorazes, capaz de arrancar-me suspiros. Não me negues seus beijos, que eles venham a saciar minha loucura por ti, que me preencham o espaço destinado a você, criado a sua espera.
Mulher que provoca inocente, tu sabes o que faz, eu falo de você sem você falar de mim, me nega, me expulsa, me tira de dentro do peito com medo de eu nunca mais sair. E você acorda nas noites, nas madrugadas, impregnada das minhas palavras, dos meus atos de paixão, que você teima em não ver, em resistir ao seu puro desejo, uma tentativa em vão, de se negar.
Loucos somos, acreditamos, nasce em você a semente que nasce em mim, germinada pelo destino, cultivada pela vontade plena de que prospere. E tudo aquilo que venhamos a passar é mais que eterno. É história escrita, cravada na alma, com plenitude.
Se um dia existir, será mais que apenas eu e você, será nós, e ninguém mais.

Dúvida

Não tenho nada a dizer. Não tenho palavras que acompanhem meu pensar. Talvez eu descambe para o lado errado, talvez eu flutue sobre as nuances do correto. Eu não pertenço, não existo, não substituo o que não tenho. Eu levanto dos mais dolorosos tombos, separo o joio do trigo, pois o que acho certo me ajuda a respirar. Não sei mais sentir as diferenças. É um mundo insano, que distorce as verdades, maqueia, leva consigo todos aqueles que sabem o que dizem. Não sou correto para você, sou verdadeiro. Não tremo, sei que eu exagero nos verbos, mas a dor tras a cura para todos que não me compreendem.
Hoje eu vivo dilemas, dúvidas, perguntas que tenho as respostas, mas respostas que me trazem perguntas, não porque, mas porém. Deixar coisas para trás, deixar pedaços de mim, incertas, um caminho que me assusta, mesmo sabendo que no final existe a luz. Meus medos me congelam, tiram de mim a coragem, minha mente me leva a crer, mas eu padeço. Porque eu preciso de forças para mover o peso do passado, mas isso requer mais do que posso.
Hoje as palavras me faltam, porque não vivo as angústias, vivo as escolhas, e elas me maltratam de uma forma mais sutil, menos dolorosa. As angústias que podem se cessar, mas talvez outras possam aparecer. Algo ainda maior, que maltrate mais e mais a alma, que alivie maqueando as verdades. Talvez eu esteja confuso, talvez não, eu estou, confuso por dentro, tendo que livrar-me aos poucos, e isto é complicado.
Eu na esperança de que caminhe sem força, sem pressa, sem erros. Talvez eu erre em pensar no talvez, talvez eu não assuma o risco, talvez eu precise tirar o talvez. 
Mas eu ainda estou aprendendo. Aqui, agora, que a vida ensina mais que escolas. E eu sei que sou capaz de surpreender aqueles que duvidam, e muito aqueles que jamais enxergam além. Passo por momentos dificeis, por enxurradas de obstáculos, mas sempre há a saída, o lado bom.
Duas faces da moeda, um desafio constante, um passo de cada vez. Pra cada vez.
Eu ando sem palavras.

Esperança

De dias de mudanças.
Que as tempestades cessem dando espaço para a tranqüilidade. Que eu reluza alegrias, e que meu sorriso lhe faça sorrir. Que eu alcance onde nunca sequer toquei, para que eu agarre com força e de lá jamais volte.
Quero esquecer os dias ruins, os falsos amigos, as pessoas que me traíram, as mentiras que me assombram. Hoje eu vivo a desconfiança por ter confiado demais. Eu preciso deixar para trás.
Novas sementes, para frutos fortes, raízes firmes, que prendam meus objetivos e me torne alguém melhor, para poucas pessoas que realmente precisam que eu seja melhor.
Talvez eu tenha sonhado demais, perdido muito tempo vagando de mãos dadas com outras pessoas que não enxergam nada alem do próprio umbigo, talvez eu tenha acreditado demais em acreditar. Eu lutei com armas reais uma batalha de teatro, encenada e escrita, com começo, meio e fim. E hoje ainda vejo aqueles que continuam ali, acreditando no impossível e vivendo uma farsa.

Não é fácil quando se colocou amor, não é fácil quando você realmente precisa entender que tudo tem que acabar. Não é fácil porque foi escrito e forjado sinceramente por mim, porque tudo que faço, faço acreditando e me entrego ao máximo. Porém uma maçã podre acaba com todas as outras.

Hoje eu vivo pedindo o dia em que minhas palavras de remorso terminem, e espero que elas se calem pra sempre, pois preciso deixar para trás. Esperança de que eu esqueça, tudo aquilo fiz com outras pessoas, mas que no fundo fiz sozinho.
Uma parte de mim ainda reluta em ter que se calar, ainda puxa meus braços, me força a acreditar nas mesmas desilusões, mas eu não quero mais. Quero sepultar tudo aquilo que restou. Quero dissolver qualquer lembrança. Eu vou conseguir.

E quando este dia chegar, aqueles que lembrarem de mim, realmente serão os que foram lançados ao esquecimento, por mim.


Inexistente

Soltar as amarras. Libertação. Abrir as cicatrizes e deixam sangrar. É disto que preciso. Força de esquecimento, egoísmo, pensar só em si e seguir em frente.
Uma luta diária contra aceitar ir contra você mesmo. Não, você nunca chegara perto de sentir tamanha angustia. Coisas que digo e repito, talvez porta voz de muitos que passam pelo mesmo. Uma terapia forçada. Choque, tapa na cara.
Os meus problemas, irrelevantes a todos, incompreendido a todos, pois não existe a queda, quando já se caiu. E hoje eu vejo e sinto como não se levantar, ficando sem rumo.
O que procuro ver e ter conflita com o que tenho e vejo, me confunde, certo e errado, como estas palavras que se misturam, em um redemoinho desvairado que representa uma mente insana, talvez doente. Usar a falta de sentido para escrever confunde aqueles que já são confusos, atrai os sábios, atrai aqueles que de alguma maneira enxergam flores em um jardim de espinhos.
Eu por mim, sem forças de seguir, eu por mim, sem alma.
A essência pura dos gritos no vazio. Eco, rebatido em paredes e retornando a minha cara, sem respostas. Eu vivo aquilo que esta atrofiado dentro de vocês, eu sinto aquilo que a ignorância encobre, eu luto por aquilo que a incapacidade de vocês maqueia e aceita, eu não sou nada sem vocês. Meus pequenos passos são enormes saltos aqueles que nunca caminharam.
Vivi, agora morro. Um retorno ao pó simples e puramente natural, mas doloroso. Fruto da mentira, dos sorrisos que me enganaram, mãos que se estenderam mas que já estavam recolhidas, um oportunismo. Fui a marionete das madames, o brinquedo das vagabundas, o curinga das descoladas e o proibido das casadas. Fui aquilo que você nega, e que nunca se livra. Engole seco e assume dentro de si.
Meu mundo cai, dissolve, se entrega, enquanto reluto, recuso, repudio minhas falhas, pois não sei ser outro. E que eu sucumba ao tempo mas não as minhas verdades, pois eu engano aos seus olhos mas nunca a minha alma, que padece esmagada por todos os lados, por todos que exigem algo que não existe.

Só aqueles que aceitam o que sou podem me ajudar.

Profecia

Haverá um dia em que não mais precisaremos mentir. Um tempo onde aqueles que dizem as verdades serão vistos como os corretos, como os que não sucumbiram a dura realidade e não se deixaram morrer. Dias onde saberemos ouvir, entender, absorver e reconstruir a partir do que nos foi dito. E as palavras terão realmente força de mudar, de libertar.
Será um tempo sem perdão, sem desculpa, sem remorso, sem culpa, sem dor. Uma vida de paz, um caminho forjado a realizações e sonhos realizados, vangloriados e gloriosos. E todos aqueles que sempre lutaram, sempre tentaram mostrar o melhor, mesmo de uma forma cruel e sádica, serão reconhecidos.
A verdade machuca, e neste mundo onde vivemos cercados por muros mentirosos, a verdade nos reprime. Mas a esperança é de dias melhores, onde não dependeremos da ganância, onde possamos fazer falta, realmente sendo notados e somando junto aqueles que nos somam.
Um sonho bom, uma história com final feliz, contrastando com nossos pesadelos e feridas, nos redescobrindo, tudo de novo, tudo novo.
Haverá um dia onde sozinho não chegaremos a lugar algum, onde aceitaremos que mãos dadas selam força e união, e não acordos hipócritas. E neste dia todos caminharão com o mesmo propósito, juntos, sem diferenças.
Um tempo onde acreditaremos em nós, e paremos de creditar glorias a divindades ou deuses. Uma força nossa, um espirito real, sem mitos ou crenças. Desta forma nos elevaremos a um nível maior. Uma soberania realmente soberana.
Talvez nem eu, nem você, estaremos vivos quando estes dias se fazerem valer, quando estas palavras se tornarem atos. Talvez fomos fadados a reconstruir para deixar o caminho aqueles que virão. Este é o nosso legado.
E eu escrevi sobre sonho, um sonho sem fadas ou duendes, sem brilhos em castelos ou magias especiais. Disse sobre o dia em que repensaremos nossos propósitos, discutiremos nossas vontades, e deixaremos de lado a preocupação.
Viveremos de forma simples, como simples deve ser a vida.

Meu Castelo De Areia

Já escrevi assim a um tempo atras, não veio parar aqui, mandei pra outro local, pois achava ser um poema, com versos e rimas, falava de um menino com sonhos, alimentados, criados, vividos, e sucumbidos.
Falava de momentos que suas mãos foram desatadas, e ele acreditava que pedaço por pedaço, escalando cada obstáculo, montando cada peça, chegaria lá. E seu castelo foi crescendo, resistindo a tempestades, lutando contra forças absurdas, desbravando, descobrindo ser possível, se deliciando com as muralhas que protegiam seus sonhos. Ele sempre quis, um castelo.
Eu já havia citado isto, mas não aqui, pois não achava digno de figurar entre os pedaços sombrios e mórbidos que deixo neste local, mas as muralhas se foram.
Um castelo de areia, dissolvendo, desmontando a qualquer pequeno toque, visão imponente mas sem consistência, tão frágil que desmancha ao vento, suas torres, portões e muralhas, deformadas, sem nada mais que lhe mantenha em pé.
Construído através de promessas, que iludem, enganam, maltratam aquele que por sua própria força e coragem ergueu essas fortaleza achando que seria intransponível e inatingível, mas qualquer império sucumbe quando a traição vem de dentro pra fora, sem suspeita nem aviso, golpeando vagarosamente por trás, dor homeopática, mas estrago maligno, sem volta, recheado de seqüelas de dias que não voltam mais.
Este castelo hoje em ruínas já representou tudo e todos, uma alegria e conquista plena, hoje vistas como verdadeiras derrotas, feridas plantadas em um espirito bom, hoje doente.
Talvez um dia uma nova morada se erga, um novo e seguro porto onde minha alma possa descansar, se curar das pancadas que hoje recebe, se livrar de todos aqueles que a matam dia após dia, e viver, tão somente viver, novamente algum sonho.
Meu mundo, meu castelo de areia.

Imperfeito

Longe de ser ideal. Tenho meus defeitos com relação a você. Já te fiz sofrer, recheado de sorrisos e risos, de prazer e satisfação. Eu sei que falho, quando as portas fecham eu guardo as chaves pois sei voltar atras, quando descubro que falho. Talvez eu tenha descoberto razões pra acreditar que poderia ser eterno, mesmo sem formulas pra sempre acertar, mas que poderia ser eterno por conta de nossas vontades, ultrapassando barreiras de tempo e condição, juntos ou separados.
Eu me culpo por criar universos paralelos e orbitas que se transformam em buracos negro. Na duvida da incerteza se sempre sou bom o suficiente pra te manter ao meu lado, ou pelo menos perto de mim, eu escondo o jogo, eu mostro pouco de tudo aquilo que aprendi, mas eu ainda assim desejo cada vez mais.
E o meu coração sofre com todos os corações que já fiz sofrer, porque não aceito perder a razão, e ainda procuro uma razão pra mim, que mude o que eu costumava ser.
As sombras do medo de perder você me tiram o controle, pois eu não saberia aceitar, que de novo me deixei levar pela emoção que se camufla e se veste de certeza, eu já errei demais.
Um dia eu começo a aceitar que as coisas devam ser assim, imperfeitas, para sermos perfeitos a nossa maneira, um perdoando os erros do outro.
Desculpe-me.

Horas

Que elas passem, me carreguem, subtraindo as tristezas, apagando as pistas daquilo que se foi, que doeu. Que me leve ao longe onde só aqueles que se importam poderão encontrar, dizer obrigado e saudades, e participar. Traga comigo as marcas do que vivi, sonhei e lutei. Me envelheça a face mas não enterre meu corpo, me mostre apenas que vivi, mais que muitos e menos que outros, e que aprendi a não tentar entender.
Que demorem a se ir, se por acaso eu estiver bem, e ela me fizer sorrir e sonhar, afagando meu rosto e confortando meu peito, com segurança e amor, pedaço bom de um tempo escasso. E que se congelem se assim for meu desejo e se assim suprir minha necessidade, eu aceito. Mas que voem sem escalas ao longe, cada vez mais distante se por acaso me prender dentro desta angustia, desde rio de sentimentos doloridos, que voe, passe, se afaste e suma. Me mostre o fim da jornada ou o começo de um caminho.
Sem que eu escolha quando, me prenda, sem que peça mais, me conforte, eu as vezes não lhe aproveito, me ensine.
Que durem dias em duas ou três, se tornando eterna, cravada na história e irrefutável. Memórias que criam, de momentos que se foram.
Dure o que for, seja o que for, impartível e imparável, se assim se pode dizer.
Que as horas acrescentem virgulas a minha vida, e não apenas pontos.

Impulso

Pois agora eu falo dos dias felizes e das lembranças que mantemos. As que nos fazem sorrir sem força, que nos recordam os dias sem problemas ou crises, onde os olhos se fechavam desejando sonhar, aquele sonho bom, de realizações e ideais, de verdades crentes e mentiras místicas, uma vida pura sem peso.
E onde guardamos estes momentos, no fundo, trancado, buscando para aquele dia em que as paredes despencaram e sua vida se transforme em cacos. A felicidade plena não é forjada nem moldada, é instintiva e límpida, natural e profunda.
E levo as lembranças das preocupações juvenis, sem medo e sem receio, da nostalgia, de um dia em que o sol brilhava menos que meus olhos, e que meus dedos tentavam alcançar o céu, tocar as estrelas que escreviam meu nome no brilho da noite, viajando, sozinho, enquanto todos dormiam.
Paz de espirito, sem tormentos, chagas ou feridas. Um universo sem buracos negros, sem a pressão que paira sobre nossos ombros e nos força a ajoelhar, perante a vida. Esta que nos maltrata sem pedir, nos ensina sem educar, nos repreende sem afagos por um dia acertar, quando acertamos.
De mãos dadas, chuva, um caminho por dentro de um belo campo, não existiriam sons, não existiriam lagrimas de dor, pés descalços, seu toque meu toque, esta é a receita da tal felicidade, a simplicidade. Pureza nos atos e sanidade na mente. Talvez atingível.
E os dias felizes que hoje se encontram adormecidos, não morreram, não deixaram de existir, apenas procuram razões para acordar. Sempre em busca da felicidade.

Retrato IV

Aqui eu me desafogo, esvazio os surtos, descarrego o peso de falar demais, enxergar demais, me preocupar demais. Desse jeito me alimento, me sinto agoniado, me puno, interpreto seus erros, absorvo as chicotadas e sobrevivo.
Aqui eu me perfaço, me faço descobrir, levo comigo aqueles que acreditam, que namoram as palavras e se apaixonam pelo intrigante. Real e cruel, assim que eu sou. Doce amargo que transborda em uma correnteza de dúvidas.
Aqui eu me enxergo antes mesmo de descobrir, prevalece minhas verdades sem contestação, com lutas e guerras, paz momentânea e profana. Eu sou imortal, não em carne mas em gestos, em luta e princípio. Regurgito as fases e recomeço sem medo.
Aqui eu luto sem armas, tudo vem de dentro, fere como faca, marca como tatuagem, prolifera, expande, impregna. Por mais forte que você seja, eu te derrubo, rasteiro e sempre, talvez cruel e passivo. Vença-me e eu abdico à tudo.
Aqui eu marco seus passos, concerto os meus, corrijo os seus, alinho meu universo e meus satélites, livre arbítrio, dentro da minha jornada. Marco o que me dói, me suga, me sangra. Real e repetitivo, mas necessário.
Aqui eu reescrevo suas crenças, releio as minhas, desfaço meu sombrio pesadelo e
remonto em pequenas poesias, poemas, contos e fatos. Meu renascimento como homem, maduro e imaturo.
Aqui eu não aceito o óbvio, não sou julgado por tolos, desprendo minhas amarras e transformo em vida, tudo aquilo que talvez você quisesse dizer. Eu, mais que eu, escravo de mim.
Aqui eu releio e leio, minhas passagens, minha vida forjada e falsa, meus erros e lições aprendidas, e repetidos gestos e frases, que me seguem, me levam a fazer e a cumprir o que devo cumprir sem medo. Destino.
Aqui eu e ele andamos juntos, sua sombra meu guia, meu caminho no escuro e na imensidão que me banha, sem o alcance de seus olhos, sem o reconhecimento de minhas palavras, sem ser único.

Aqui eu, somente eu, prevaleço.

O Sonho

Eu estive em um sonho, não morto pela vida, de onde eu via o paraíso, e todas as coisas boas que minha juventude sonhou. Eu havia estado ali, segurado pelas mãos, com a dor em meu peito controlada, e as pessoas sorriam, meus amigos enxergavam a paz, e tudo estava claro como cristais reluzindo a luz do sol.
Porque sempre que eu sorria, eu apaixonava alguém, e o amor se fazia presente sem ao menos se tocar, eu estava ali e dali não queria sair.
Achava que as perdas teriam se tornado raras, e que as vezes todos choramos, mais cedo ou mais tarde tudo que poderia dar errado cessou, e os dias eram brilhantes, e eu esperava...
...pois achava que já tinha o bastante nesta vida, e que as mãos que me ergueriam aos céus me trariam a paz, banhada as lagrimas daqueles que conviveram comigo.
E neste caminho dos dias longos e noites curtas dos sonhos acordados e pesadelos ao dormir, eu sonhava com as vezes que alcancei o infinito em desejos, as vezes...
...onde tudo se transformou, eu ainda espero, espero o momento que meu peito se estufe de vida, da mais plena e satisfeita, dos pequenos gestos e afagos, meus mimos sem vergonha de mimar.
Homem que me tornei sem a fraqueza de sucumbir, eu hoje sonhei com aqueles que seriam meus amuletos, e com amores que a distancia não destrói, e uma juventude que se faz presente dentro de mim.
E elevo meu espirito nos meus sonhos, liberto meu mais íntimo suspiro, de sonhos que a vida não pode sepultar.
E que os sonhos sobrevivam, que as tempestades que destroem minha vida, não coagulem os dias em que acreditei ser possível não desistir.
Ou eu desistiria de tudo por nada disto.

Mulher

Ela não é você. Não é aquela que procura o amor, que sonha acordada, que mentaliza seus sonhos. Ela não existe, escondida em seu quarto, corpo reluzente, mascara de santa, alma de serpente. Não existe temores, amores, corpo que insinua ao amor, carnal e banal, sem pretensão de vingar.
Ela é a mulher que insulta, incomoda meus sonhos, os sonhos seus, aqueles que acreditam saber, do que se trata, de quem se trata.
Vadia impura, eu não denomino ou aponto, a mulher sombria, de laços coloridos e sandálias de plástico, rasga os sentidos.
Ser que atormenta as donzelas, criminosa, amor bandido e falso, mulher sem pudor, demônio do sexo podre, profano e apaixonante. Agarra os desavisados e seqüestra, cativado e cativo, ela salga seus lábios e marca sua roupa, batom vermelho, unhas afiadas.
Mulher por mulher, sem porém ou porque, piranha ou santa, descontrolada. Ela não é você, não é ninguém, só existe onde tudo morre e onde faltam porquês, mistura de sujo, cheiroso e doce. Amargo na alma.
Não há rostos a seguir, passos a trilhar, não conheço ela e tão pouco poderia julgar, mentalizo, desenho, crio. Mulher mais que mulher, daquela que brilha no escuro, pisa, sorri e larga.
Não falo de nenhuma, de porra alguma, só descrevo as chamadas de puras, as xingadas de putas, quem fala de quem, mulher de mulher. As santas de barro, as perfeitas de corpo, de alma ruim, de desafeto e afeto forjado, mentirosas que falam a verdade.
Essas serpentes peçonhentas com beijos venenosos, homenageiam os homens com seu sorriso e olhar pecador.
Não aponte o dedo, não julgue as palavras que elas não representam nada, ninguém, tão naturais e banais, como seu desafeto e seu jeito de ser, mulher que derruba touro, fácil e fútil, meticulosa.
Dessa mulher você não fala, desrespeita e inveja, dessa mulher que cria e mata, loba.
Não encare como homenagem, para você ou você, para mim ou qualquer outro, nada é marcado.
Uma representação mulher, denominada pecado.




Sentidos

E o coração dispara.
Com olhos ainda vermelhos, cansados, ardidos de não poder por pelo menos um tempo apagar e esquecer de tudo. Uma respiração descompassada denuncia a angustia. Os pensamentos que não cessam, mundo girando ao redor, duvidas transbordando em um ritmo caótico.
Fecho os olhos para não sentir a pressão, os ouvidos captam, qualquer nota desconcentra, traz de volta a tona como um tapa na cara, arde e queima, deixa marcas.
Cortinas abertas para mais um dia desgovernado, incolor, morno, lampejado. Movimento a cabeça como que querendo não acreditar, representando perguntas sem respostas, meus olhos ainda ardem insuportavelmente.
Ninguém sabe como é dormir com os punhos serrados, como se quisesse se segurar dentro de um esconderijo e não ser puxado. Os músculos tensos, isto impede o sono, ninguém sobrevive assim.
Transpiração constante envolta a um frio cortante, combatendo o obvio, prendendo. Camiseta molhada de um suor frio, um corpo desregrado, flertando com a falência.
Nada sobra, nada resta, a paz foi dissolvida em mais uma madrugada muda. A dor dos braços encolhidos, que protegiam o corpo como se de ataques, doem ao se abrir, ao se esticarem.
Eu não desejo este cenário a ninguém. Escapem de seus medos, subornem todos os sentidos, alivio da dor. Preciso apenas desligar, eu imploro por um coma, vazio imune a tudo, abstrato e vegetal.
Meus sentidos culminam em descontrole e falta de nexo, onde qualquer palavra se transforma em pedidos de socorro. Registro tudo, me faço presente, incompreensivo, indecifrável, incógnito.
Seja capaz de absorver ao invés de temer, eu não reluto mais ao meu fim.



Temer

Tenho medo do dia em que minhas palavras cessarem.
Do momento em que eu não tiver mais dor.
Tenho medo do dia em que não conseguir mais gritar
Do momento em que tudo que acredito se for.

Tenho medo do dia em que estarei de joelhos
Do momento em que sucumbi as armadilhas da vida
Tenho medo do dia em que não me enxergar
Do momento em que não puder sanar mais as feridas

Tenho medo do dia em que aqueles que amo se forem
Do momento em que a solidão se fizer presente
Tenho medo do dia em que chorei sem entender
Do momento em que temia meu corpo doente

Tenho medo do dia em que me disserem estar certo
Do momento em que aceitei seu amor
Tenho medo do dia em que eu não mais tiver forças
Do momento em que vislumbrar o esplendor

Tenho medo do dia em que tudo se tornar simples
Do momento em que meu coração parar
Tenho medo do dia em que a minha alma sucumbir
Do momento em que chorar o mar.

Tenho medo do dia em que você não estiver
Do momento em que me sentirei mais sozinho
Tenho medo do dia em que seu toque se for
Do momento em que não houver mais carinho

Tenho medo do dia em que esses dias chegarem
Do momento em que chegue a tona a partida
Tenho medo do dia em que o silencio reinar
Do momento em que direi adeus a esta vida


Tenho medo do dia em que tiver medo


Feridas

A minha inocência me levou a sofrer. Eu trouxe de criança aquela pureza e fantasia de acreditar demais, sem questionar ou olhar, trilhando um caminho sem volta. O caminho da decepção.

Pois a vida ensina com imposições, e não com lições. Pois o que você não enxerga da vida, como eu sempre digo, eu preservo dentro de mim, e nunca alguém vai me salvar.
Eu não minto, os anjos mentem para manter o controle, para não deixar que o caos tome conta de todas as mentes como acontece comigo. Mas eu não sei mentir.

Espero que você, que a pessoa que tiver coragem, motivada por amor, ou por qualquer sentimento que seja de uma vez por todas verdadeiro, que tenha a compreensão em seus atos, que afague a insanidade que mais cedo ou mais tarde tomara conta de mim, seqüelas de todas as magoas que carrego daqueles que um dia seduziram minha alma, e depois seqüestraram minha esperança, matando-a no final.
Espero que compreenda que meus temores vão alem do que todos os que me rodeiam possam sentir, e que você esteja pelo menos ali no final, quando não existirem mais suspiros. E espero que seu silencio me conforte, e que em seus olhos eu veja as razões que outros roubaram de mim.

A minha vida foi roubada, em um jogo sujo onde não existem vencedores, apenas interesses, e os meus interesses nunca foram ser frio e injusto como foram comigo. E do fundo do meio peito, toda a vontade poderia se transformar em ódio, mas não tenho o ódio dentro de mim, isto também me deixa mal. Eu não sei ferir como me ferem.

Este tipo de dor que sinto, diferente em todos os aspectos, me faz sair daqui e transcende tudo que vejo. Me vejo ficando doente, cada dia um pouco mais, sentindo o gosto amargo em meus lábios, o gosto da desilusão. Eu espero que os dias bons cheguem, espero que as marés inundem todos estes sentimentos. Varrendo tudo que restava.

E vai chegar o dia em que serei realmente amado, mesmo sem razoes para que me amem, e neste dia eu realmente saberei que existem verdades que podem curar feridas.




Carta a Vida

Nada mais sombrio, enigmático, maravilhoso e frustrante.
Me toma um tempo importante tentando descobrir seus porquês, mistérios, motivos, finalidades. Eu admiro você.
Admiro a forma como escolhe cada um, como transforma cravos em rosas, desperta o brilho, afaga o ombro de muitos, com suas surpresas e promessas. Admiro e aplaudo a maneira como conduz uma história, sem pressa, com tudo ao seu tempo, sem ser obrigada a tomar decisões, pois VOCÊ já nasceu decidida.
Olho para você com intriga, vendo como se porta com alguns, e a diferença que sutilmente transforma outros, cria castelos, desmorona castelos. Você é sensacional.
Talvez a maioria nem note sua presença, tanto faz como fez, não reparam seus sinais, tão pouco suas repentinas mudanças sinuosas e que escondem como voltar atras. Mas as vezes você deixa a saída aberta, eu já vi isso, espertinha.
Eu reparo demais em você Vida, sabe. Já perdi noites de sono ocupando minha mente com um único assunto, você. Sinta-se privilegiada, mesmo porque não devo ser o único que lhe tem em mente.
Mas a maioria te ama de paixão. Sabe aquele amor cego e incondicional? Pois é. A maioria cegamente conduz e supre sua ausência de respostas apenas te idolatrando, como uma dadiva, acredita? Sim, você, tão pura e simples, vista como algo sobrenatural e "presente do alem". Outra vez te invejo aqui.
Vida, deixa eu te contar um segredo: Nem todos estão contentes com sua forma de atuar. É verdade, falo isso porque sei que no fundo você sabe disso. Não é? Mas não custa deixar registrado diretamente pra ti isto.
Posso citar experiências próprias que mostram a você este meu descontentamento.

O meu baú de "porquês"!

"...Porque Vida você escolhe? Sim, você escolhe alguns, esquece de outros. Porque Vida você mostra os caminhos que não chegam a lugar algum? Que nos fazem acreditar que estamos na direção certa, e deparamos com a frustração. Talvez você Vida, isenta de sentir, de sentimentos, não entenda a força que tem um desilusão. Não compreenda o poder da alegria de acertar, de saber que você, Vida, foi generosa e mostrou o caminho certo, e o certo a se fazer. Porque Vida, você se cala as vezes, deixando uma tormenta de buracos negros, vácuos, e duvidas? Você não brinca assim, você não brinca com todos, pois eu já vi muitos serem diretamente contemplados por você, sem o mínimo esforço ou merecimento. Porque? Se cala e joga aos ventos pistas, as vezes ofuscadas pela realidade, as vezes tão sutis que vou passar toda existência tentando descobrir onde acertar. Porque Vida?"

Este baú é imenso. Não é um buraco de lamentações, mas sim um covil de decepções jogas e manipuladas por você, Vida.

Mas não posso te culpar de tudo, eu sei, reservo aqui o direito de lhe dizer obrigado por ser talvez mais generosa comigo do que com muitos: "OBRIGADO VIDA". Mas isso não me basta. E talvez um obrigado não baste à você.

Me despeço aqui, deixando registrado diretamente a você que gostaria de algumas respostas diretas, de alguns sinais simples, de não ser tão manipulado, levado ao pico e jogado ao fosso. Eu não estou feliz com suas brincadeiras, e vou me calar.

Enfim,
Gostaria, como muitos, de dizer que te amo, mas por enquanto Vida, eu quero um tempo de nós dois.





Calmaria

Nos tempos em que a maré baixa, em que as ondas do mar se transformam em marolas que não nos agridem, eu costumo me calar. Esta calmaria me traz a paz, me ajuda a navegar tranquilo e transpor as amarras sem dor.
Omito a alegria, pois acho que ela incomoda, e agride, aqueles que preferem os distúrbios e as facas afiadas. Eu levo os enxames de abelhas para longe, sem deixar rastro e espaço para que me sigam, tirando de mim aqueles que me fazem bem.
Quando as nuvens passam, quando você se torna mais brilhante, a alegria coagula minhas feridas, estanca os gritos que perturbam e assombram minha solidão.
Falar de sentimentos bons é difícil, me faltam palavras, tão acostumado com o contrário que talvez deva ter criado um dom, por mais estranho e sarcástico que possa ser.
Esqueça o bom.
A calmaria me assusta, perco o foco e embaralho as cartas de novo. Meus braços se fecham, sem afagos, distante de aceitar e acreditar que pode ser possível. Alimento os corvos, sacio a fome por migalhas de muitos, esperanças que nunca se tornarão reais.
O mesmo chicote que fere é o que sana as feridas, duas vias, uma única mão, um túnel escuro e frio, transponho e retorno.
Hoje vejo mais pegadas que passos, mais pistas de onde vim e pra onde deveria ir. Hoje vejo rastros por onde passei e corpos que ficaram ou sumiram.
Levo comigo as lembranças e memórias, ópio, anestésico, entorpecendo a necessidade constante de respostas e entendimento. Não tenho forças ainda pra construir (destruir) as amarras, recuo, passos em falso.
Queria ser capaz de enxergar o futuro da mesma forma que montamos o passado, prova de que nossa história já estava ali, voltamos, e buscamos o que vivemos. Bom seria buscarmos os pontos chave a nossa frente, e o momento crucial onde saímos da duvida.
Talvez amanha, ou depois, esta calmaria dissolva-se em migalhas, me transpondo novamente para dentro de um tornado de duvidas e arrependimentos, e as cartas voltam a mesa, embaralhadas e misturadas. O que eu gostaria é de separar os naipes, sem descartar os curingas.
Péssima analogia...






Transcender

Eu já escalei as maiores montanhas, vislumbrando as mais belas paisagens, e aquele por-do-sol me hipnotizava. Desejava ali viver, em meio a simplicidade dos atos, a pureza as vezes transforme os lobos em cordeiros. Somos de carne e alma, de feridas que não cicatrizam.
Quando eu abri meus braços pela ultima vez, ninguém pode me segurar, pois não haviam aqueles que um dia me juraram paz eterna, eu estava sem chão.
Hoje a noite as luzes se apagam, os sons que transbordam dentro de mim se calam junto ao silencio fume, sem espasmos. Como uma melodia tocada mil vezes, e aquelas notas de piano surgem como anjos sem remorsos.
Hipnótico, psicótico e melancólico,
Chamas que desfocam a minha vista, sufocam minha respiração, e meus gritos rasgam a solidão. Passos no escuro, sem pegadas, suor por entre os dedos, levam-me a lugares sádicos. Eu não posso morrer.
Construo meu castelo de areia, fortificado por perseverança, frágil aos quatro ventos, ele desmorona, ele, se refaz.
Tranco as profundas entranhas da minha existência, onde você jamais alcançara. Nem um toque pode ser sentido aqui, eu vislumbro o seu pecado, seus gestos me chamando, como que implorando por uma chance.
Eu não vivo aqui, rebatendo inquietude, suporto essa existência plural, dentro de uma alma deformada, onde estou?
Eu desci ao fundo do poço, limbo e enxofre, locais que você imagina mas nunca tocou, sucumbiu a coragem de resistir, deixando que o destino me arranque as forças e trilhe meu caminho.
Hoje eu costuro as saídas, impedindo meu ser de respirar.
Sou e serei alem de tudo isso.







Negação

Na minha vida não existe a negação do que sou.
Não existe espaço para a dúvida ou a meia-verdade. O que sinto é por completo, e os socos que dou na cara de quem me desagrada é pra doer. Seja da forma que for.
Os meus tormentos existem pelo simples fato de viver, de conviver com o pesadelo nos olhos dos outros, daqueles que não vêem metros a frente.
Eu nasci para absorver esse mal, toda essa raiva que você é incapaz de passar adiante, de mostrar aos outros.
Minha existência é curta, e meu legado talvez eterno, pois o que penso e sinto é imortal.
Vocês me fazem doente, me consomem a alma, e quero me livrar de tais doenças.
Não aceito o que não acredito, e não subjugo as minhas convicções, sem coloca-las a prova, sem deturpar o que acho correto, eu não me moldo a essa mentira.
Não posso negar minha alma, não existe o ser certo, o querer mostrar uma outra face politica ou polida pelo tempo, o tempo me faz mais convicto.
Das palavras que ouvi, desprezo, escarno de mim como virus, pois não me servem, vocês não me servem, e a existência chega ao fim.
Meu limite é pequeno, é intolerante e irredutível, eu nasci para prosperar em meio aos patéticos que lutam por pena e dó.
Dessas palavras que para vocês nada significam, eu faço minha oração. Meu altar de desaforos, de onde por cima dos crânios eu vejo todo o resto, a sobra das mentiras que não me alcançaram.

Lavo minhas mãos e espero pelas feridas mais uma vez, não temo a morte dos sonhos, mas sim a incapacidade de sonhar. E meus princípios são meus louros, meus livre arbítrio é minha resposta a todos aqueles que se transformaram em um câncer. Eu não sou mais um.
Eu não me curvo aos seus atos, e sua religião me enoja, assim como os princípios que você tem como correto. Eu quebro suas leis, e isto dificulta sua resposta, não existe resposta.

Puro como ácido, corrosivo, contundente, resposta a sua hipocrisia, talvez você já esteja morto. Eu ainda sorrio, sobrio, consciente de que por mais que todos tentem, minhas pernas fortes caminham na direção que eu que escolher. Eu não ajoelho aos caprichos de ninguém vivo.

Minhas palavras incompreendidas por você, por todos aqueles analfabetos de alma.
Eu a cada dia me perfaço, arranco mais um ferida, e devolvo ao seu mundo, como praga.

Nada me mata.

Despertar

O que passamos a enxergar quando despertamos a razão dentro de nós foge as encenações que presenciamos. E cresce a cada dia, a busca pelas verdades e motivos que respondam minhas dúvidas.
"E um sonho me faz viver, e a fé me deixa em pé", e me dá forças para caminhar entre brasas, e acreditar que no final as respostas brotarão aqui dentro, e ficarei em paz.
Desvio minha mente, reluto, livro o peso do mundo das minhas costas e viajo dentro de mim, sem a percepção da realidade, me negando a aceitar pisar nas mesmas pegadas deixadas no caminho.
Talvez uma pitada de loucura, uma insana força que me induz ao erro, mas que prova ser correta e pura na alma, nas lições de hoje e amanha.

Do lado de cá apenas poucos sobrevivem, vejo corpos pelo chão, daqueles que um dia lutaram, mas que sucumbiram a força da ignorância, inveja e escuridão. E o cheiro forte impede que eu olhe em seus olhos, presenciando e constatando o momento na vida em que eles desistiram de viver, e isso me assusta. Me assusta o fato de resistir sem armas, pois a carne, fraca e volúvel, não é capaz de enfrentar com apenas os punhos os inimigos, e eles são muitos.
Renego minha educação, me transformo, redescubro o porque, questiono o intelecto, ignoro a carne, usada apenas para diversão.

Lapidando um diamante que nasceu bruto mas raro, da lama mais densa e remota, cercado de impurezas, e sem brilho. Um legado incerto, sombrio aos meus próprios olhos, me levando a crer nas circunstâncias.
Agora me vejo tomado pela força em buscar o conhecimento pleno, me desprendendo do cliche e do protocolar, pulando etapas, dispensando outras que outrora eram vistas como primordiais, procuro a absorção e saturação da alma no estado mais simples, e incompreensivo.

Lavo meus olhos, abro as cortinas para um próximo ato, sem plateia, sem diretor, sem roteiro...

Prometa-me


Que é capaz de lembrar de nós, e dos nossos momentos
De recordar os sorrisos que demos juntos
As noites que nos isolamos do universo, nossa fortaleza
O silencio que nos juntava apenas pelo compasso do coração.

De relembrar os conselhos que lhe dei
A vida que mostrei ser difícil e ao mesmo tempo tão simples
Aquele som que cantávamos juntos no radio
As inúmeras vezes que lhe dei atenção acima da minha própria vida

Lutar mais e mais sobre o que se sente
Ser capaz de entender que eu erro para seu bem
E de todas as tentativas que fiz de mudar o imutável
Lutei contra minhas angustias e enfrentei meus demônios.

Fechar as janelas para que os ventos não destruam
Tentar mais vezes antes de desistir do seu próximo amor
Saber que isso vai doer como sempre
E que não se entregue como se entregou a mim

Ficar bem antes que eu me arrependa
Curar as feridas causadas por não ser perfeita
Que as fotos servirão de lembranças boas
De comer mesmo sem fome


Prometa ser minha melhor história.




Achava que nada poderia ser pior que a morte.
Mas nas noites que sinto apenas seu silencio, naquelas noites nas quais estendo os braços e não te encontro, eu morro por dentro.
Deus é incapaz de sentir o que sinto, por isso não me enxergaria. Nem mesmo aos meus pedidos, ao os meus urros a procura das verdades, ou de porque eu não posso apenas ser feliz.
E quando eu não encontro mais vozes que acariciem minha alma, compreensão ou entendimento, eu me tranco em celas sem saída.
O limite entre quem ganha ou quem perde, onde quem ataca e quem é atacado, atravessa por mim e passa, e os dois lados se vão.
E pior que a morte é enxerga-la rindo de você, e suas chamas queimam mesmo que eu não as toque, porque eu já estou morto. De uma forma invisível aos seus olhos.
Nos ataques onde sou subjulgado, onde sem pensar você atira suas facas e apunhala minhas costas, será que não percebe os efeitos?
Tudo que vejo agora é meu reflexo, e a ausência de luz para onde me guiar, a ausência de sentidos e em quem acreditar. Não há esperança.
Eu só queria que tudo isso comigo acabasse, me tirando daqui, deste local onde eu não sei em quem posso acreditar sem temer fechar os olhos e não haver mais nada.
Hoje estou assim, encontrando quem eu quero apenas dentro de mim, quando deveria poder tocar e descobrir que era real.
Palavras não convencem quando estamos em mundos diferentes, com a falta de compreensão, de consolo por amar.
Talvez o amor que eu tenha conhecido não foi ainda capaz de me mostrar o que é amar. E luto por quem seja capaz de me provar que ele exista.

Nada disto faz sentido porque ninguém poderá ler dentro mim neste exato momento.
Sempre sozinho.


Memórias

Lembro da época que não tinha problemas.
Amigos ao redor, apenas rir, sair, descalço pela rua, banho de mangueira no quintal.
Dos riscos de giz no asfalto, marcando nossas brincadeiras, deixados lá para aproveitar no outro dia.
Lembro dos machucados no corpo, da tiração de sarro pura e simples.
Do caminhar pelo campo de terra, suor na cara, sentado na calçada com respiração ofegante.

De todas as coisas que fazíamos se medo, de todos as descobertas que brilhavam em nossa face.

Eu sinto falta daquela rua, dos dias que vivi ali, das amizades que criei ali.
Todas as memorias que eu tenho de lá me fazem chorar, pois nunca mais voltarão.
E eu sinto falta de não ter dor, de não sentir arrependimentos, nem angustias.
Todos os pedaços que guardo dos sentimentos que não deixei acabar, se tornam reais.

Talvez eu seja um saudosista, que insiste em preservar um passado que me fez bem.

E eu relembro com sorrisos banhados a lágrimas do meu primeiro beijo.
Do nervoso que tomava meu corpo, e da satisfação de ter passado aquela etapa na vida.
Onde estão vocês hoje? E nossas noites a beira do morro, ao redor das fogueiras, sonhando.
Na antiga caixa-d'agua, de onde víamos os carros que um dia gostariamos de ter.
E o "canão" onde caminhávamos sem medo, agua da biquinha, pura e cristalina.

E eu aprendi ali a andar com minhas próprias pernas, de bicicleta, naquele mesmo campo de futebol

Nas manhas que eu acordava disposto a encarar o dia
Disposto a viver, como nunca havia vivido

E eu renego o sofrimento que tenho hoje por não achar merecedor.
Pois todo o bem que eu pude fazer eu fiz, e tentei ser capaz.

E hoje eu só gostaria de estar naquela rua, no alto daquela seringueira..
No meu mundo.

Anos Perdidos

Eu já tentei ser o que parecesse bom aos olhos. Tentando ser o que a vida não gostaria que eu fosse, me deixando levar pelas circunstâncias, subornando a única parte de mim incapaz de mentir, meu coração.
Mentiras custam tempo precioso em sua vida, não é fácil vencer por dentro como é simples enganar por fora.
Eu poderia desaparecer, deixando o corpo padecer, livrando a alma do fardo podre que lhe foi concebido, restando nada mais que anos perdidos.
E assim a vida brinca, fazendo você pensar que é tudo aquilo que fez acreditar que era, não é difícil errar como é duro acertar.
E se eu mudasse minha vida tentando ser o tipo de homem que fizesse o que esta vida gostaria, eu precisaria morrer, ou ser livre para voar, tendo me libertado das vezes que acreditei em pessoas, os sorrisos que foram vendidos a prazo.
Eu poderia ter visto os sinais, mas agora que estou prestes a morrer, apenas deixe meu caminho livre, que a vida cuida do resto.
Não falhei como o homem que gostaria de ser, falhei como o homem que frustra e diz as coisas sem senso e erradas na hora certa.
Talvez eu nunca saberei ao certo a realidade das escolhas, o final dos caminhos que risquei, das trilhas que esqueci para trás. Mas sei de certo as seqüelas que foram deixadas comigo, das entradas e saídas, sem ordem ou propósito, dos sentimentos.
E hoje em dia envelheço, com meus medos e temores reforçados, e talvez eu tenha perdido algumas partes de mim pelo caminho, como a sanidade.
Eu não retornaria...














Sereno

O que nos torna mais puros e evoluídos são os pequenos valores.
Simples como a natureza age sobre suas formas básicas, transparente como a água, implacável como o fogo, sorrateiro como os mais suaves ventos, orquestrado sob música natural.
Busco a sustentação de uma idéia, chegando cada vez mais perto do entendimento, analisando fatos e fotos, perguntas e respostas, respiros e suspiros. Corpo, e alma, respondendo sem medo.
O que me tornara maior que todos que me cercam é a capacidade de simplificar, de extrair a pureza mesmo que do ódio, o ódio sincero é mais belo que a paixão mentirosa.
Ser natural sem ser irracional. Processamento e reciclagem do que se vê, das palavras que são ditas, das atitudes que vão alem de atos, de mentiras fantasiadas como verdades.
Alcançando a majestade e plenitude dentro das palavras, registrando sentimentos sem expressa-los. Como devemos nos portar aqueles que não nos agradam, subjetivamente, sendo simples em confundir a mente de quem não pode ser simples pra te alcançar.
Me destruo por dentro, não aceito o que vejo, espero respostas as perguntas que nem sequer fiz, me negando a descobrir alem do que preciso agora.
E os dias passam enquanto por dentro morremos sem propósito. Sua razão se perdeu no tempo, ao mesmo tempo que você perdeu a razão. Transforma o simples em banal, e o complexo em meta, esquecendo e confundindo, desaparecendo dentro do seu próprio labirinto. E os dias passam...
Equivocados aqueles que me julgam para sustentarem seu próprio julgamento. Enquanto seu castelo de areia é posto a prova, dissolvendo em meio as verdades e provas de sua falha, enquanto seus valores são subjugados dentro de um redemoinho de erros e desencontros criados por você mesmo.
Eu hoje caminho em pequenos passos, contido pelas circunstâncias da vida, como se me quisesse fazer aprender a respirar, a observar os detalhes, e aprender a viver.



"Podemos percorrer nossas vidas como dentro de um trem, a pequenos passos, sentindo cada detalhe, observando cada passagem, cada desvio e curva, sem pressa de chegar ao fim da linha, e o mais importante, fazendo bastante barulho e sendo notado.
Ou podemos fazer este mesmo caminho dentro de um avião, em altíssima velocidade, porém sem perceber nem notar nada a nossa volta, passando por cima de todas as paisagens e fatos, com pressa de chegar ao destino final, porém com um detalhe, sem ser notado por ninguém e em nenhum instante."



Fato.

Mais do Mesmo

São sempre as mesmas questões que pairam na minha mente. O que me obriga a escrever, pois assim eu alivio a pressão aqui dentro.
Mas confesso que gostaria de parar com estas questões, gostaria de desligar um pouco, mas não, isso não vai acontecer tão cedo pelo visto.
Não são ficções criadas para me enganar ou te enganar, são fatos reais, que devido a varias consequências e seqüelas da minha vida, estão sempre pulsando novamente bem no centro da minha mente, bloqueando todo o resto.
Me limita a força, amputa minhas pernas me deixando sem meios de escapar, como se obrigando a ficar.
O que fazer quando se precisa fugir de você mesmo? Experimente um pouco disto dentro de você e vai encontrar o verdadeiro inferno, sem diabos ou fogo flamejante, mas um abismo silencioso e sufocante, travando as amarras cada vez que você tenta se soltar. Isso é dor. Invisível e interna.
Talvez eu esteja agindo errado, já penso nisto também. Talvez eu esteja lutando contra o que deveria assumir, doendo a quem doer, matando quem matar. Pois em cada morte há um recomeço, bom ou ruim. Talvez necessite encontrar a maneira de me entregar a isso de uma vez por todas, mas como?
Algumas pessoas estão aqui por passagem, e cada vez mais acredito nisso, quando vejo o quanto me destôo da maioria, e o quanto isso incomoda, pois o que não se pode compreender sempre é visto como problema, e precisa ser de alguma forma eliminado. Ou eu eliminar?
E onde esta minha felicidade? Talvez quem deva saber disso já teve provas, e quem teve as provas sabe que eu luto para me manter firme e centrado.
O fato nisto tudo é que ainda acredito que há um propósito, uma razão no final que vai sanar todas as minhas duvidas sobre o porque de eu estar sendo mantido aqui.

Ainda vivo aqui.




Trajetória

"Da criança que um dia sonhava
Ser artista, fama, pe na estrada
Acreditava em seus sonhos, ideais
Lutou contra todos, ate contra os pais.

De fraco se fez forte, viril, ambicioso
Conquistou seu espaço, com garra, com luta.
Na música encontrou a paz, rapaz talentoso
Chegou ao topo do mundo, terminado em um fim doloroso.

Tentou novos ares, cercado de apoio
Provou ao mundo ser capaz, de recomeçar
Deixou o sonho de lado, separou, trigo do joio.
Quatro anos de luta, só parou ao terminar.

Mais uma frustração, tempo perdido na vida
Mas ainda tinha amigos, que lhe deixavam em pé
Ate um dia isto mudar, e a vida testar sua fé.

Traído, subjulgado, amordaçado e sem forças
Recebeu um duro golpe, da mais inesperada pessoa.
Fraco, desiludido e sem rumo, persistiu.
Procurou uma saída pra entender, a traição a qual sucumbiu

Na psicologia Ingressou, tentando compreender
Os atos insanos de alguns, que lhe fizeram sofrer
E se conseguir alcançar, aquilo que tanto deseja
Chegara ao fim desta jornada, reencontrando grandeza."

Achismo

Achei que a vida seria fácil.
Que as coisas aconteceriam como em uma correnteza, sem pressão ou chances de desvio, sem sabermos o destino final, mas que ela fosse direta, sem tempo para pensar.
Achei também que passaria despercebido pelas pessoas e que jamais algumas delas transformariam minha vida, mas eu estava tristemente enganado. Que sem me fazer notar não seria notado, mas não escolhemos isso.
Achei que algumas de minhas palavras fossem certeiras para seu coração, e que outras pudessem sanar feridas, porém palavras as vezes calam muitas vozes que deveriam ecoar dentro da gente por anos sem medo.
Procuro por momentos que consolem todos os erros que cometo, assim não sucumbo, esmagado por uma pressão invisível aos olhos, mas evidente a alma, pois achei que sempre agüentaria sem encostar os joelhos no chão.
Achei por longo tempo que não existia a traição, novamente, tristemente enganado, pois onde existirem pessoas, existira.
Eu certamente achei que não repetiria palavras e que reverteria o tema da minha jornada aqui, que transformaria gritos em sussurros, e vazio em amor completo, mas ainda estou aqui, aquém da sua ou da minha vontade.
Acho que o amor, se me permitem cita-lo, se esconde bem, provavelmente existindo a espera de se manifestar, de aflorar, e talvez pra mim ele seja tão perfeito que não creio ser capaz de vive-lo. Tristemente enganado.
E eu passo os dias achando que posso montar meu quebra-cabeça, em perfeita harmonia, com as partes se encaixando e dando forma a um final sem falhas, porém, novamente, eu estou tristemente enganado, pois algumas peças nem sequer existem pra completá-lo.
Eu apenas achei, que a vida seria fácil.

Tornado

Vivo assim, cercado por anjos e demonios. Flertando com uma paz proeminente e um inferno de chicotadas aleatórias. Vivo entre este turbilhão, dia após dia, procurando entender as razões pelas quais eu precise estar dentro disto, e não consigo.
Acredito que eu seja o vórtice de toda esta bagunça, sugando pra dentro de mim todas as energias e cuspindo tudo de volta, destroçado, esmigalhado, em pó. Não aceito desculpas, prefiro as verdades, mas elas são equivocadas, sem fundamentos, criadas apenas para o confronto. Sou traído por todos os lados, sem grau de parentesco ou de amizade, de sentimento, amor ou paixão, de nada. São apenas confrontos.

Uma tentativa aleijada de concerto, de me empurrar goela abaixo fatos e histórias que vejo de forma diferente.
Eu tomo minhas atitudes baseadas no que acredito, isso não posso mudar, porque estaria mudando quem sou. Basta olhar ao redor e ver o que acontece com quem faz isso, se dilui, dentre muitos. E não sou isso.
Não sou aquele que se curva por pressão, ou que se ajoelha por comodidade. Não sou aquele que respira o seu expiro, e sobrevivo ao seu lado apenas por estar ao seu lado. Eu sou mais.
Aprendi a não perdoar, a devolver o tapa recebido, de preferência mais dolorido e pesado. Assim pessoas aprendem que não se pode tentar atingir o que não se pode controlar. Isso fere.

Eu to cansando de ser atingido, eu to cansando de prender dentro de mim o que sou de verdade pra agradar aos olhos daqueles que nem assim enxergam, que sim, eu poderia ser pior, bem pior, e não mudaria nada. Porque o que ando recebendo hoje em dia dos outros é uma tolerância baseada não sei em que, uma falta de respeito e inteligência sem tamanho, e repito, eu sou mais, e a hora que essa pressão toda canalizada ceder, a montanha de destroços vai ser alta.

"Eu não sou rebelde, esse "terminho" que vocês criaram pra taxar todos e quaisquer que se diferem em ideias e visão de mundo não se aplica aqui, é um tanto quanto patético. Qualquer forma de expressão que fuja das "reclamações protocolares" do dia a dia "normal" da vidinha, é denominada como rebelde por aqueles que não saem de seus chiqueiros abastecidos por pão e circo."

To vivendo assim, tentando descobrir se isto é amar, se isto é o que chamam de correto, o "caminho das flores", mas isso pra mim não ta servindo. Porque pra ser ter barreiras tentando ser o que não sou, prefiro continuar enfrentando as minhas próprias, as quais derrubo na marra, com meu sangue e suor, sem precisar atuar nesse filme repetido.
Estas palavras não são pra você, nem pra ela, nem pra ninguém. São pra mim, pois escrevo o que quero, da maneira que achar correto, e principalmente, sem as mentiras que querem ler.

Se alguém vai sair vivo deste redemoinho, esse alguém vai ser eu.


A Busca

Eu não preciso da inspiração. As vezes questionam-me de onde surgem estas palavras. Elas vem de um mundo que existe dentro de cada um de nós, não preciso inventa-lo.
Talvez você jamais caminhará por este mundo, por seus becos e trilhas, suas florestas escuras onde o murmurar ecoa e leva você a encontrar seus demônios. Não é onde você gostaria de passear, carregando seu amor, com sorrisos cheios e coração ofegante. Aqui você fecha os olhos e a mente te encontra, e isto dói, acredite.
Neste mundo onde o que você diz não importa, e as saídas foram lacradas como em um labirinto sem fim, posso desesperadamente me por a buscar pelas saídas, mas é como descolar a pele do corpo, como arrancar as entranhas de alguém ainda vivo, a sangue frio.
Eu não posso arrancar de mim esta alma, pura e simplesmente, e me tornar mais um destes zumbis que vagam sem propósito.
As visitas a este local são periódicas, homeopáticas e avassaladoras, libera a pressão constante e insana que me cerca.
Aqui já encontrei o amor, Deus, alegrias e esperança. Aqui já encontrei o ódio, Satanás, tristezas e frustração. Flores sem perfumes, enfeitam aos olhos mas não alcançam a alma, pois não possuem o básico, sinceridade natural. Deslumbram aos olhos, mas vivem sem espirito, sem essência, como cravos, e mortas por dentro.
Eu já parei pra pensar aonde vou chegar por aqui, se vou encontrar outros caminhando ou correndo atras de um modo de sair, mas talvez realmente não haja saídas, e você esta perdendo seu tempo, tempo este que dificilmente mudara algo, fato.
Quanto mais tempo eu passo aqui, percebo que o futuro se perdeu entre as trilhas que deixei passar e entre as frestas de luz que via ao longe, mas que acreditava ser uma miragem, um oásis seduzindo meus olhos a procura do paraíso. Talvez ali fosse mesmo.
Devo prosseguir.





Epifania

Eu gostaria de cavar um pequeno buraco dentro do seu coração. Onde eu me esconderia quando faltassem verdades
Um local onde acalmaria minha alma, um pouco de paixão.
E ali eu continuaria sendo um pequeno garoto, com temores e protegido. Mesmo quando enfrentasse sozinho as tempestades, gritaria por seu socorro, sabendo que sempre me daria as mãos. Esquecer o mundo ao redor, batimentos estáveis, sem choros por atenção. E adoro quando fala comigo como criança, pois a pureza é sentida. Eu repito seus atos, iniciamos uma partida.
E ao certo encontraremos um mundo maravilhoso, com seus sonhos mesclados aos meus, sem culpas, pureza. E dentro, escondido em um canto dentro deste mesmo buraco em seu coração, presa a tristeza.
Todos os choros secos e eu falando sobre nossos sonhos, sabendo que fiz a coisa certa, revelada aos poucos que existe luz, e brilho. E nossas filhas serão extensões de nossos sonhos, frutos das verdades, seguindo a vida pelo mesmo trilho.
Porque eu não sei mais o que sinto, apenas que fiz a coisa certa, e isto será louvável.
Porque dentro do seu coração, eu encontrei onde me esconder, e isto agora basta pra mim.





Suspiro

Quando faltarem as palavras, talvez eu esteja em silencio. Um pequeno instante fora das angustias ou dores, um pequeno suspiro dentro de uma câmara de lamentos. Mas nada se extingue.
As vezes, nas madrugadas, desperto entre suspiros e dor, seguro os gritos que ecoam dentro de meu peito na certeza de que ninguém jamais os ouvirão. Eu talvez nunca estarei completo, pois as peças deste quebra-cabeça se perderam no tempo, se foram, deixando lacunas que jamais serão preenchidas corretamente. Mesmo que eu me sinta em paz perante seus olhos, necessito da sua segurança, que enxergue dentro das menores frestas, eu vou continuar sangrando.
Não compreendo mais os sorrisos, as lagrimas secas que saem sem pena, os gestos que não correspondem as verdades, onde eu vou parar? Recluso.
Minhas palavras realmente as vezes faltam por falta de esperança. Vocês, incapazes de ultrapassarem seus casulos, pequenos mundos ocos, nada mais fazem alem de tentar anestesiar angustias que não podem admitir. Suas dores não sanam, e pior, não podem gritar.
Quando faltarem as palavras, talvez eu esteja em silencio, aceitando as consequências da minha história, me sentindo vivo por você existir. Não arredo pé de tentar cravar minha passagem, por mais sem importância que ela seja pra alguns, eu vou continuar.
A vida, meu pequeno campo de testes.




















Análise I

Na vida não fazemos escolhas.
Somos fadados a fazer mudanças, nos levando a conviver com aquilo, seja ela boa, ou seja ruim.
Isto também é conhecido como destino, algo que nos é designado, talvez escrito realmente e exclusivamente para cada um. E ser cético com relação a isto é ao mesmo tempo racional mas também dolorido, principalmente quando você se da conta que o destino esta sendo muito filho da puta contigo. E mesmo as vistas daqueles que de mim só tem a pele, parecer que tudo corre a mil maravilhas, sinto-lhes informar que o buraco é bem mais embaixo. Não que eu vá aqui dissertar sobre o tema, mas apenas um alerta aqueles desavisados que julgam meus passos pelas migalhas que exponho homeopaticamente em sites sociais e adjacentes.
As vezes mantemos seqüelas de passos dados no passado, é inevitável, situações e fatos marcam nossas vidas e o que temos na memória nada mais é que a impressão visual e sentimental dos trechos já vividos de nossa existência. O que virá a seguir esta lá, mas infelizmente, no meu caso, ou felizmente para muitos, você não pode escolher como, nem quando, estas novas cenas serão fixadas e vividas. Simples, sim, fácil, não.
O problema acontece quando tais seqüelas entram em conflito com as seqüências reveladas agora da sua vida. Aí você se torna o tal refém das mudanças obrigatórias citadas no inicio.
Eu confesso que não convivo muito bem com isto, alias, nada bem. Quando essa pororoca da vida acontece entro em parafuso. E não importa se você é forte, brabão, tatuado ou merdas assim, se você se importar e tentar entender, você vai parecer um menino com fimose. Não tem saída.
O que sua mente faz é ao mesmo tempo tentar compreender os fatos e buscar uma saída, como também lhe impor que isto deve ser assim, e que mais cedo ou mais tarde o que tem que ser será realmente. Sinceramente gostaria de conviver apenas com um desses dois sintomas, evitaria eu estar aqui agora refletindo aos ventos.
E claro, dentro deste filme, repetido para muitos, porém inéditos para aqueles que não lêem a sinopse e fazem de suas vidas uma mesmice sem importância, existem pessoas com você. E você conseguir com que algumas dessas pessoas tenham um papel importante no seu longa metragem, mesmo você não sendo o diretor, é complicado.
Ok, chega de metaforizar com filmes, a vida tem toque, cheiro, e conflitos reais.
Na verdade eu só queria que as coisas caminhassem harmoniosamente. Eu já disse isso antes, mas obviamente que tal fato não depende só de você, envolve a compreensão de algumas pessoas que lhe cercam, que gostam de você e que sejam capazes de assimilar que nem sempre temos a força pra alterar ou prematuramente mudar o rumo de nossas vidas. Cada passo de uma vez, eu penso.
É, mas talvez eu pense errado desta forma e deveria ser abrupto, mas não encontro forças para tal, eu procuro, juro, mas é fadigante à alma, tira o sono e te transforma em um zumbi.
Ainda não sei o que fazer, quais passos serão dados, o que "tem pra mim". Mas to cansando de esperar e ao mesmo tempo ainda guardo os temores que sempre me cercaram.
Eu não mudo meu destino, mas sou capaz de um fast forward pra ver o que acontece? A resposta é sim. A merda é que as vezes este botão é apertado por outras pessoas, e aí meu camarada, SE VIRA.