Escravo Interno

Grandes problemas em pequenas doses.
Não entendo o que me tira o sono, porque razão desperto se já não existem as sombras do inferno que antes cobriam minha mente. Por qual então razão meus olhos se abrem no vazio? Um misto de conflitos e alívios, um lado pede para esquecer e o outro fere de todas as formas possíveis.
Não existe um retrato falado para angústia, e não existe um cárcere pior que o de dentro da sua própria mente. O que ela espera de mim? Porque me dá golpes sem dicas? Resolve me mostrar que eu não tenho como me livrar dela jamais.
As vezes não compreendo seus sinais, desculpe, mas sou mortal, e sucumbo aos prazeres da vida normal e pago o preço. Não entendo porque me condena assim...



( neste exato momento, ela me bloqueou, parece mentira, juro, mas não consigo retomar o que estava escrevendo ai em cima )



Fecho os olhos para buscar novamente meu protesto, mas não consigo, mais uma vez fui pego de surpresa, que absurdo, como isto pode acontecer. Os malditos sons do despertar deste mundo amargo já se fazem presente, e minha mente me abandona, em mais um dia. Tento de todas as formas trazer de volta o momento em que comecei a escrever este texto, mas desapareceu como em um buraco negro. Não posso lutar contra ela, devo apenas cravar na eternidade palavras que talvez não sejam...



( novamente... )



Devo parar...desculpe.



Poço

E quando não mais a morte for vista como suborno, a vida será menos dolorosa. Quando sentir que o fechar dos olhos nos leva a um universo sem sofrimento ou agonia, haveriam mudanças. Porque eu tento não ter mais o medo do fim, porque não existe razão, e eu não quero duvidar de que além deste inferno que me arde aos olhos existe espaço para o alívio. Meus princípios me condenam, mas a falta deles me traria o vazio maior, a perda total da razão pela qual vivo. Não aceito ser submetido, exemplo de gana, de teimosia e coragem, porque apenas a escuridão tiraria de mim a força pra falar, sobre o que penso, sobre o que sinto, sobre as doenças que infectam seus corpos, e que eu transformo em aprendizado. Não vendo minha alma, e como sempre digo, se todos os motivos forem sanados, eu apenas serei justo comigo, de onde eu tiro luz, de onde eu tiro as palavras que ninguém é capaz de decifrar.
E para aqueles que não acreditam em glória, sintam-se pequenos, eu não posso concordar e ser apenar o capacho do desconhecido. E reservo o direito de poder expor as marcas que recebi, e a incompreensão dos ignorantes não é bem vista. Não viro a outra face, e já tenho dito, revido aos seus golpes de chicote. Lamentos de frustração, eu escuto, eu sei que existem, eu não quero que ninguém pare.
E quando não mais a morte for vista como suborno, a vida será menos dolorosa.

Quando o fechar dos olhos salvar a minha alma, a história se tornará lenda.

Retrato I


Sou a novidade que fascina seus olhos. O pedaço de esperança que segura sua mão. Sou enjoativo, desperto a ânsia dentro de você. Posso ser legal, mas piso em suas feridas. Você pode querer saber um pouco mais, mas com certeza vai se decepcionar, mesmo porque você apenas vai saber o que eu quiser que saiba.
Posso querer ter você, mas isso vai passar em três dias. Você pode achar que conquistou, mas depois percebe que não pode me controlar. Posso fazer tudo que eu quiser, mas nada que você me pedir, mesmo que eu queira. Sou seu amigo e seu carrasco, meus elogios são para o que esta errado, pois o certo é sua obrigação.
Posso fingir que não gosto, talvez você nunca vai advinhar, mas eu gosto do que talvez não exista em você. Posso escrever pra alguém, e você que lê achar que isso é pra você, mas com certeza não é. Posso te provocar, porque faz parte do meu show.
Vou e devo te dizer o que quer ouvir e na maioria das vezes te falar verdades. Posso querer ter sucesso, mas o sucesso não me quer. Sou a pessoa que você perde uma hora conversando, mesmo tendo que trabalhar no dia seguinte cedo. Te engano, te envolvo, te devolvo a realidade. Escrevo de amor, de ódio, da mentira sincera e da verdade mentirosa. Não mereço perdão, e absorvo a paixão. Sua, minha, dela. Sou carne-viva, me bata e revido, a dor é plural, e o meu beijo singular.
Eu posso querer ser aquilo que você quer que eu seja, mas eu atuo bem, e claro que não vai perceber. Posso fazer acreditar neste texto, e mesmo que você, e eu, acredite, vou estar mentindo. Destruo sua concepção do correto, seu lar perfeito, seu romance de conto de fadas, e quase sempre é por prazer próprio.
Sou uma pequena marca, um tumor benigno, estacionado dentro de você, e é inevitável, não existe cura. Não me agrade, e não terá afagos. Eu quero, eu sei pedir, e você sempre irá fazer. Sem consciência, sem querer querendo, porque eu consumi suas vontades.
Sou bom, você já sorriu comigo, fato, então não seja hipócrita de concordar com esse texto.
Sejamos apenas, eu, você.
Um vírus?

Mudo


Talvez pior que o grito de angústia seja o silêncio inevitável do fim.


Começo e recomeço, não consigo continuar, de onde eu tiro a inspiração, eu vou apenas escrever sem medo do que vai sair, vamos deixar que os dedos controlem minha mente, ou melhor, que sejam o portal para a representação do que nela se passa agora. Não acredito que nada produtivo possa sair, mesmo porque, deleto e começo de novo, construo e destruo, não permito que algumas frases saiam de dentro de mim e sejam expostas aqui, medo? talvez auto censura, de uma mente virada ao avesso, mas o que posso hoje fazer? neste momento em transe, onde apenas barulho de teclas dominam o ar, nada mais me resta que preencher linha após linha o que se passa aqui, nada produtivo, sem parágrafos, sem linhas perfeitas, sem combinações que façam alguem rir, ou chorar. Um ponto final. Que estranho, porque não é o fim, e o que vc vai ler , não vai fazer diferença na sua vida, nem mudar o rumo das coisas, apenas mostra como uma mente pode ser catastrófica com ela mesma, quando perde o controle, quando nada impede de externar, palavras que não condizem com realidades e o que pode ser justo não parece correto, procuro não perder a razão, mas é impressionante a força da liberdade, quando uma maquina como esta, nossa mente, se vê livre para despejar todo e qualquer tipo de pensamento. Mais um ponto, quero parar, quero mudar o tema, mas não existe tema, talvez você ache que é proposital, mas realmente não é, esta livre, esta é a verdade, e com certeza esta sem propósito, o que posso fazer, a não ser que eu feche os olhos, e que arrume outra forma de por isso aqui, eu não posso impedir que sejam escritos, ou que sejam feitos, perai, um branco, o cerebro está cansando, que bom, era justamente isso que eu queria fazer, arrancar de dentro tudo o que precisava sair, sem nexo, sem medidas, pra que você vai ler isso? para, não existe lógica, não pense que pode entender.Esvazie, esvazie, procure tudo o que precisava sair, ..................
os dedos pararam......graças a deus, os dedos pararam, o que acontece agora?
Acredita nisso?

Enter.

Desgovernado


Eu não posso parar.
Não quero contar historias, contos, ilusões. As vezes os dias são apenas reais, e sem as fantasias que maqueiam nosso redor. Quero os meus gritos no vazio. Quero que eles soem alto e forte. A algum tempo eu não me via aqui, agora, desperto em meio ao silêncio da noite, do frio que encolhe nossos corpos e contrai nosso sorriso, ocultando-o.
Ninguém a não ser você mesmo consegue tirar este sentimento de solidão de dentro. Mas o que isso importa para os outros, nada.
Quero não querer, não pensar em momento algum. Quero um coma induzido. Sem dor, sem ver o tempo passar. Quero apenas as lembranças de historias assim:

" E ele um dia sorriu para o mundo e seus olhos miravam o infinito. Respiração funda, suspiro, aperto de mãos e olhares cruzados. E ao seu lado poderia contar para tudo. Força, gana, vontade, vitória. E ele sabia que havia alcançado tenros pedaços de satisfação, agradecia. Lágrimas apenas de tanto sorrir, de se contemplar pequenos momentos. Vivendo sem medo, vivendo."

Acabou. Nua e crua realidade que destrói a força, pedaço por pedaço. E a vida, como já dito, matou o sonho que sonhei, e espero que um dia ela se faça justa, que se faça valer cada aperto no peito de angústia e vazio que assombra minha mente.

Vai.

Estupro


Seus lábios trêmulos expressavam o mais puro prazer.
Não mais se segurava, não mais lutava e nada podia fazer
Contra a raiva que despertava dentro de si. Um feitiço sem cura,
Uma reação sem controle, sinal de uma vida pura.
A força, olhos nos olhos, não haviam sons,
Nem sequer os ruídos de seus movimentos. Pequenas notas ou tons
Seu toque desconhecido invadia qualquer espaço que pudesse ser alcançado.
Rasga sua roupa, lhe toca com o corpo, convite ao insano
Dois corpos, uma mente, segura o maldito, cruel e profano.
A mistura de dor espiritual flambada aos delírios do querer
Nunca havia pensado no ato, rosto surpreso, corpo tenso, a amolecer.
Grita com ódio, segura seu corpo, o concreto é frio, arranha, excita
Fêmea, indefesa, mulher, presa.
Seus olhos se fecham, nega o que vê, permite-se apenas sentir
Negar aos olhares, tentativa invão de mentir

Naquele momento, ultimo pulso, trêmulos.
Ardência, seu coração grita sem controle, perdido
O toque termina, lhe resta o frio, como cúmplice do que havia sofrido
Sem passos, suspiros, vazio de corpo e alma
Mata-me de prazer, mata-me.
Dor
Rosto riscado de lágrimas.
Corpo banhado de amor.

Rezando


Em tempos difíceis, onde os mais puros se ajoelham perante as forças que não podem derrotar, e suas mãos atadas e machucadas se encontram repletas de feridas e dor. Naquilo que se pode acreditar e que se tenta adorar, onde estão os certos. Os lobos novamente rosnam aqueles que os encaram nos olhos. Nas noites mais camufladas, as nevoas acariciam as arvores, a lua parece forçar aparecer.

Os olhos chamando, as vozes sem força para se fazer ouvir. Chamas da dor por todos os lados onde se pode respirar. E o que isso significa, nosso tempo de pensar. Tempo de enxergar alem, de sorrateiramente sentir as chances e as desilusões. As luzes que brilham sobre meus olhos, onde posso olhar para o céu e querer entender mais e mais sobre o desconhecido.

Saber quem eu sou, porque eu sou. E descobrir ao menos um propósito para entender. Jogo as palavras, salgo s boca e adoço os dedos, libertando a mente dia após dia. As vezes não lhe fará sentido, não ira te trazer satisfação ou propósito, mas esta cravado nas entranhas do tempo, sem nunca mais desaparecer. Desfrute do que quiser, faça de minha mente seu local de libertação, onde pode encontrar o que gostaria de sempre ver.

Loucos varridos, rezo, loucos varridos, amém.