Convicto

O sentido não esta na busca pela perfeição. Esta na harmonia entre aquilo que façamos juntos. O segredo não esta em declarações de amor, em provas de paixão momentânea. Esta na forma como você conduz os momentos juntos.
Não preciso de elogios, de afagos programados, apelos sexuais. Não procuro por uma orquestra perfeita, mas por uma que toque sinfonias que me confortem, melodias que me façam sentir bem.
Eu erro, talvez sim, talvez não. Tudo se torna variável devido ao ponto de vista. Defeitos são eternos, erros não. Nunca deixei de ser leal, estar presente, me adaptar. Aceitar o que não se acredita por alguém é mais valioso que duzentos "eu te amo". Pois ninguém ama aquilo que não controla.
A raiva que passo pra você, é a raiva da sua insatisfação. Da sua tentativa frustrada de posse sem sentido. Da sua luta em encaixar peças dentro de um universo já montado. Não há espaço.
Estive em mil mentes, das mais brandas as mais auto destrutivas. Olhei, aproximei, dei espaço para que entrasse, e fechei o cerco. Perda de controle. Histeria, nervos a flor da pele, raiva, melancolia. Aqui dentro todo amor sem raiz, enlouquece. Depois as portas se abrem, e lá se vai mais uma suposta alma gêmea. Supôs.
O sentido não esta em tentar entender o porque das escolhas, mas sim em ser honesto com elas. Eu sou honesto comigo justamente por você não ser. Eu aceito lutar dentro dos acertos enquanto querem paz aceitando os defeitos.
O segredo é manter próximo pessoas singulares. Que te batam na cara mas que você deixe bater, pois sabe que não é a toa. Talvez eu tenha poucas assim. Raríssimas.
Quando eu olho seu comportamento, compreendo seus passos, acredito estar certo. Me de coragem e eu te dou amor. Me de esperanças e eu te dou paz. Me de motivos e eu te dou razoes. Da certeza que não tenho sobre nada, tenho a vontade e a ambição.
Não esqueço de nada, de ninguém. Não esqueço de promessas, das tentativas, e da saída. Eu lembro de tudo aquilo que me trouxe até aqui. O seu fracasso me guiou até aqui. Obrigado.
Eu sou tudo aquilo que não posso tirar de mim. Sou a junção das historias que a vida me fez passar. Sou a cicatriz de passagens e a ferida que não fecha se cutucada. Eu desisto apenas quando não vejo nos olhos a mesma luz. Quando desaparecem os atos e ficam só as palavras, jogadas ao leu.
Hoje eu não preciso mais procurar. Hoje eu não preciso mais arriscar. Hoje eu aceito e acredito estar certo na escolha, enfrentarei os desafios e no mínimo, aprenderei e terei a experiência da pratica, e não da suposição.

O que trouxe comigo até aqui foram as lembranças de tudo que nunca existiu. Esta é a verdade.

Pelas Mãos

Eu continuo a espera. Talvez de algo que eu não descubra o que seja, talvez olhando fixo ao horizonte, enxergando um lapso de esperança, mas o que eu aguardo? Eu me perdi.
É uma tragédia, uma bela tragédia. Onde não existem vilões, heróis, eu me encontro nas ilusões dentro de mim. Nas vozes que jamais se calam.
A luta para continuar me prende, mesmo eu tendo desistido de olhar seu mundo, de acreditar em suas palavras, eu me guio em transe pelo tempo. Imploro por uma solução para um problema desconhecido.
Uma exposição de belas peças, um desfile de dor, sarcástico, impróprio. Eu gostaria de perder totalmente a razão. Do dia pra noite. Ou forças para desistir. Forças para desistir.
Um destino dilacerante, aonde eu devo ir? Eu quero as respostas desse universo frio e mudo. Eu quero as pessoas que me confortam. Eu quero ver apenas o que for sincero. Quero deixar de ser maltratado por estar vivo.
O ódio que me consome deveria me matar, mas porque não o faz? A intolerância me isola da vida, mas porque não me tira dela? Eu quero o fim, eu sempre procuro por ele. Porque me mantém aqui. Penitencias.
Minhas ultimas fichas foram lançadas, eu devo acertar, eu espero acertar. Caso contrario, terminamos o jogo, terminamos a bela tragédia que me colocaram dentro. Eu quero o perdão, o meu próprio perdão.
É como se tudo estivesse do avesso. Cabeças para baixo. Sangue seco. Respiração forçada. Não alcanço os nós, não respiro aqui dentro.
Porque você lê aquilo que escrevo? Porque você absorve as doenças que vivo? Eu não sou digno dos seus olhos, das suas crenças, seus idéias. Sou o exemplo da desordem que vivemos. Sou a ferida que sempre vai estar aberta e infeccionada. Não há cura.
Cheio de palavras bonitas, imagens bonitas, atitudes bonitas. A farsa, a mentira, a inveja, o rancor. Seus espinhos me ferem, e eu nunca revido. Eu me lembro sempre de tudo. De tudo.
Eu preciso jogar fora minha pele, minha alma, minha consciência. Eu preciso desfazer um quebra-cabeças circular. Um labirinto onde vago a anos, e de onde suas soluções não me salvam.
Eu não tenho nada mais a oferecer. Eu não tenho nada a mais para ser. Eu vivo da leviandade, da traição de princípios, eu sou a vitoria da vida matando os sonhos, o espelho da realidade sepultado os sonhos. Eu acredito.
Saia daqui! Deixe-me a espera de um sangramento. Sentir o gosto do ferro, o amargo da perda. Deixe-me partir. Por favor.


Orgulho Sim

As vezes as palavras somem, mas não a dor. As vezes o silencio se torna pleno, quando tudo que precisa ser dito já foi dito, quando todas as linhas que precisam ser escritas, já se repetiram.
Eu tento me salvar, dia após dia, achar portas que ainda não abri, e que atras delas, haja algo que traga esperanças.
Talvez eu tenha descoberto uma alternativa, que alivie a dor, que controle a angustia, que acalme os demônios, que me ajude a esquecer o inferno onde vivo por alguns momentos antes de eu perceber a realidade, novamente. E não ajudará para sempre.
Eu já perdi batalhas contra mim mesmo, mas já venci varias. A verdade é que eu luto, enquanto a maioria sequer esboça alguma reação a tudo ao redor. Complacentes.
O que eu busco vai além do que se pode enxergar, além do que se pode perceber. Pois eu procuro a verdadeira paz, trazida de uma forma real. Sentida sem farsas.
Eu estou quieto, pois não acredito que sejam necessárias mais palavras, mais gritos onde ninguém os ouve. É um universo só meu.
Hoje todos se foram. Aqueles que caminhavam ao lado, aqueles que entendiam as mãos, aqueles que juravam eternidade e aqueles que chamaria de irmão. Hoje, todos se foram.
E isto talvez fortaleça minha sina, sirva como provas de que nunca se deve acreditar mais nos outros que em você. Nunca se deve amar aos outros, mais que a você.

Hoje a vida apaga meu passado dia após dia. Retira de mim passagens, imagens, rostos, palavras, que um dia foram tão fortes que me serviam de alicerce, e hoje, vejo que eles foram cravados em solo arenoso. Não havia solidez, e sim complacência. Não havia verdade, e sim comodismo. Agora eu enxergo as entranhas de ontem, sem maquiagens.

A solidão não mata. Eis me aqui para servir como prova. A solidão te transfere para um outro nível de analise dos fatos e das pessoas. Te põe cada uma delas sentadas diante de um júri, e você é o juiz. Eu julgo, eu sentencio, eu condeno. Com tantas provas que fica difícil errar.
Eu acredito que tudo esta certo. Acredito que se deve ser assim, exista um propósito, seja ele ruim, ou bom, mas que será visto como mais um passo.

Ao meu lado só resiste quem é real. Ao meu lado, só prevalece quem tem força igual. Ao meu lado só caminha quem da passos a frente, e nunca para os lados. Ao meu lado só quem compreende que a vida é maior do que seu universo pode abraçar, e que além do horizonte, existe esperança, e que tenha coragem de transpo-lo, ao invés de viver acoado. Ao meu lado quem for capaz de sonhar, de arriscar, de acreditar que tudo pode ser melhor. Esta pessoa estará comigo.

Eu, sou único. Eu, não viro a outra face. Eu, não acredito nas suas crenças. Eu, não finjo ser perfeito. Eu, vou além do que você jamais poderá alcançar, pois dentro de mim, existe a verdadeira força, que me conduz a frente, sempre. A minha fé, não a sua.