Caminho

O que me livraria de toda angustia?
Hoje nem mesmo eu suporto meu estado, nervos a flor da pele, irritado, sangrando, decepcionado com tudo ao redor. Ataco tudo que vejo, sem propósito real por conta da intolerância que a vida me fez ter. Ate aqui.
Na verdade é a luta entre uma pessoa que acredita demais em si, contra todos os obstáculos que tentam derruba-la.
Por alguma razão minha mente não me deixa dormir, me acorda em meio ao silencio como um tapa na cara me fazendo sempre e sempre encarar a realidade, forçar-me a tentar achar ima saída, que alias já achei.
Este é apenas mais um relato em vão. Mais uma prece à ninguém, um relato de sufoco. É mais um daqueles textos que não faço forças pra deixar escrito, pois emerge de mim simples e puramente natural. Uma luta que travo a anos, intermináveis anos que se diluem enquanto ao meu redor as paredes se tornam cada vez mais apertadas e claustrofóbicas.
Destino, que me conduz por caminhos tortos, pois sabe que me rendi a ele, uma vitima por simplesmente crer que tens poder supremo e pode criar e destruir alegrias e tristezas. Sou personagem principal da minha história, com roteiro pronto, mesmo sendo triste.
Na verdade eu não perdi o foco naquilo que quero, pois ao contrario do que parece ele sempre esta presente em tudo que tento fazer - eu procuro a paz. Sei que não vou encontra-la contrariando meu coração, acreditando em mentiras, vivendo o que não me faz bem. Eu procuro pela paz senso honesto comigo, marrudo comigo, sem desistir. É disto que eu não desisto, de encontrar o caminho entre as pedras. Dando asas ao destino.
Difícil fazer isso dentro de um circulo contaminado e vicioso, onde a única meta é prosperar artificialmente aos olhos dos semelhantes, lucros, materialismo, aparência, soberba e ostentação do vazio. Difícil não ser julgado como tolo e vagabundo quando não compreendido, pois aos olhos daqueles que não perseguem seu próprio destino e lutam para ser o que a sociedade molda, você é mal quisto.
Me aponte o Norte, me guie por essa escuridão pois sou seu fiel escudeiro e defensor. Alinhe meus pés, erga minha cabeça e deixe o restante comigo, eu vou conseguir. Só não me abandone às duvidas e insônias, aos tormentos diários lutando sem armas, pois você sabe que não posso realmente vencer.
No final, sua vontade prevalecera.
Só peço que quando o momento chegar, e toda a dor que eu sentir nesta transição, valha. E que depois da tempestade que irei criar e passar por dentro, os dias se tornem mais saudáveis, claros e confortantes.
São meus votos de crença.

Vingança

Essa sensação de inconformismo. Esse desejo de não aceitar e o ódio por ter acreditado. Hoje sinto o peso do mundo em meu peito, o amargo no engolir seco e incrédulo pela perda. Hoje a noite atravessa diante de meus olhos, me puxando a realidade e me jogando de novo ao limbo.
Outrora acreditei que poderia encontrar a paz renascendo, que poderia estender novamente a mão que seria levado mesmo que por momentos para longe daqui, mas agora vejo que a mão que me acolhia era a da vingança. Eu estou inconformado. Por não poder ter aquilo que acredito, pois não sei ser o vilão, não consigo. Eu fui um tolo.
Como um castelo de areia que sucumbe por ser fraco, diante da majestade de suas formas, ele cai. Me sinto fraco, traído, usado e atirado aos lobos. Não consigo sentir apenas raiva, o que me domina é a tristeza, é a luta para entender onde foi que eu errei.
Eu busquei ser simples, transformando o impossível em real, concertando erros que cometi, sentei no banco dos réus e aceitei minha pena, e me curei. Voltei e tentei perfazer, e hoje eu estou de joelhos, derrotado. E esta é a derrota que dói, aquela que leva junto com ela um pedaço seu, e deixa uma ferida, que hoje sangra mais que tudo.
Não quero fechar os olhos, pois sei que tudo sumirá, sei que as pedras foram jogadas em um caminho e bloquearam a volta, eu não volto. Frieza, meticulosa, sádica, assassina sem piedade, por um único motivo, vingança. Ela trás o êxtase do momento e o arrependimento final, aquele quando ninguém vê.
Minha noite em claro me maltrata, me pune mais uma vez, qual é a lição? O que devo aprender agora? Nada sobrevive ao meu lado, nada sobrevive ao meu lado.
O que você criou é mal, é maldoso e cruel. Eu não desejo a ninguém e não quero mais isso. Você teve sua chance, eu aceitei que fosse fácil, mas e você?
Hoje eu dormi pensando que amanha já esqueci.