Esperança

De dias de mudanças.
Que as tempestades cessem dando espaço para a tranqüilidade. Que eu reluza alegrias, e que meu sorriso lhe faça sorrir. Que eu alcance onde nunca sequer toquei, para que eu agarre com força e de lá jamais volte.
Quero esquecer os dias ruins, os falsos amigos, as pessoas que me traíram, as mentiras que me assombram. Hoje eu vivo a desconfiança por ter confiado demais. Eu preciso deixar para trás.
Novas sementes, para frutos fortes, raízes firmes, que prendam meus objetivos e me torne alguém melhor, para poucas pessoas que realmente precisam que eu seja melhor.
Talvez eu tenha sonhado demais, perdido muito tempo vagando de mãos dadas com outras pessoas que não enxergam nada alem do próprio umbigo, talvez eu tenha acreditado demais em acreditar. Eu lutei com armas reais uma batalha de teatro, encenada e escrita, com começo, meio e fim. E hoje ainda vejo aqueles que continuam ali, acreditando no impossível e vivendo uma farsa.

Não é fácil quando se colocou amor, não é fácil quando você realmente precisa entender que tudo tem que acabar. Não é fácil porque foi escrito e forjado sinceramente por mim, porque tudo que faço, faço acreditando e me entrego ao máximo. Porém uma maçã podre acaba com todas as outras.

Hoje eu vivo pedindo o dia em que minhas palavras de remorso terminem, e espero que elas se calem pra sempre, pois preciso deixar para trás. Esperança de que eu esqueça, tudo aquilo fiz com outras pessoas, mas que no fundo fiz sozinho.
Uma parte de mim ainda reluta em ter que se calar, ainda puxa meus braços, me força a acreditar nas mesmas desilusões, mas eu não quero mais. Quero sepultar tudo aquilo que restou. Quero dissolver qualquer lembrança. Eu vou conseguir.

E quando este dia chegar, aqueles que lembrarem de mim, realmente serão os que foram lançados ao esquecimento, por mim.


Inexistente

Soltar as amarras. Libertação. Abrir as cicatrizes e deixam sangrar. É disto que preciso. Força de esquecimento, egoísmo, pensar só em si e seguir em frente.
Uma luta diária contra aceitar ir contra você mesmo. Não, você nunca chegara perto de sentir tamanha angustia. Coisas que digo e repito, talvez porta voz de muitos que passam pelo mesmo. Uma terapia forçada. Choque, tapa na cara.
Os meus problemas, irrelevantes a todos, incompreendido a todos, pois não existe a queda, quando já se caiu. E hoje eu vejo e sinto como não se levantar, ficando sem rumo.
O que procuro ver e ter conflita com o que tenho e vejo, me confunde, certo e errado, como estas palavras que se misturam, em um redemoinho desvairado que representa uma mente insana, talvez doente. Usar a falta de sentido para escrever confunde aqueles que já são confusos, atrai os sábios, atrai aqueles que de alguma maneira enxergam flores em um jardim de espinhos.
Eu por mim, sem forças de seguir, eu por mim, sem alma.
A essência pura dos gritos no vazio. Eco, rebatido em paredes e retornando a minha cara, sem respostas. Eu vivo aquilo que esta atrofiado dentro de vocês, eu sinto aquilo que a ignorância encobre, eu luto por aquilo que a incapacidade de vocês maqueia e aceita, eu não sou nada sem vocês. Meus pequenos passos são enormes saltos aqueles que nunca caminharam.
Vivi, agora morro. Um retorno ao pó simples e puramente natural, mas doloroso. Fruto da mentira, dos sorrisos que me enganaram, mãos que se estenderam mas que já estavam recolhidas, um oportunismo. Fui a marionete das madames, o brinquedo das vagabundas, o curinga das descoladas e o proibido das casadas. Fui aquilo que você nega, e que nunca se livra. Engole seco e assume dentro de si.
Meu mundo cai, dissolve, se entrega, enquanto reluto, recuso, repudio minhas falhas, pois não sei ser outro. E que eu sucumba ao tempo mas não as minhas verdades, pois eu engano aos seus olhos mas nunca a minha alma, que padece esmagada por todos os lados, por todos que exigem algo que não existe.

Só aqueles que aceitam o que sou podem me ajudar.

Profecia

Haverá um dia em que não mais precisaremos mentir. Um tempo onde aqueles que dizem as verdades serão vistos como os corretos, como os que não sucumbiram a dura realidade e não se deixaram morrer. Dias onde saberemos ouvir, entender, absorver e reconstruir a partir do que nos foi dito. E as palavras terão realmente força de mudar, de libertar.
Será um tempo sem perdão, sem desculpa, sem remorso, sem culpa, sem dor. Uma vida de paz, um caminho forjado a realizações e sonhos realizados, vangloriados e gloriosos. E todos aqueles que sempre lutaram, sempre tentaram mostrar o melhor, mesmo de uma forma cruel e sádica, serão reconhecidos.
A verdade machuca, e neste mundo onde vivemos cercados por muros mentirosos, a verdade nos reprime. Mas a esperança é de dias melhores, onde não dependeremos da ganância, onde possamos fazer falta, realmente sendo notados e somando junto aqueles que nos somam.
Um sonho bom, uma história com final feliz, contrastando com nossos pesadelos e feridas, nos redescobrindo, tudo de novo, tudo novo.
Haverá um dia onde sozinho não chegaremos a lugar algum, onde aceitaremos que mãos dadas selam força e união, e não acordos hipócritas. E neste dia todos caminharão com o mesmo propósito, juntos, sem diferenças.
Um tempo onde acreditaremos em nós, e paremos de creditar glorias a divindades ou deuses. Uma força nossa, um espirito real, sem mitos ou crenças. Desta forma nos elevaremos a um nível maior. Uma soberania realmente soberana.
Talvez nem eu, nem você, estaremos vivos quando estes dias se fazerem valer, quando estas palavras se tornarem atos. Talvez fomos fadados a reconstruir para deixar o caminho aqueles que virão. Este é o nosso legado.
E eu escrevi sobre sonho, um sonho sem fadas ou duendes, sem brilhos em castelos ou magias especiais. Disse sobre o dia em que repensaremos nossos propósitos, discutiremos nossas vontades, e deixaremos de lado a preocupação.
Viveremos de forma simples, como simples deve ser a vida.

Meu Castelo De Areia

Já escrevi assim a um tempo atras, não veio parar aqui, mandei pra outro local, pois achava ser um poema, com versos e rimas, falava de um menino com sonhos, alimentados, criados, vividos, e sucumbidos.
Falava de momentos que suas mãos foram desatadas, e ele acreditava que pedaço por pedaço, escalando cada obstáculo, montando cada peça, chegaria lá. E seu castelo foi crescendo, resistindo a tempestades, lutando contra forças absurdas, desbravando, descobrindo ser possível, se deliciando com as muralhas que protegiam seus sonhos. Ele sempre quis, um castelo.
Eu já havia citado isto, mas não aqui, pois não achava digno de figurar entre os pedaços sombrios e mórbidos que deixo neste local, mas as muralhas se foram.
Um castelo de areia, dissolvendo, desmontando a qualquer pequeno toque, visão imponente mas sem consistência, tão frágil que desmancha ao vento, suas torres, portões e muralhas, deformadas, sem nada mais que lhe mantenha em pé.
Construído através de promessas, que iludem, enganam, maltratam aquele que por sua própria força e coragem ergueu essas fortaleza achando que seria intransponível e inatingível, mas qualquer império sucumbe quando a traição vem de dentro pra fora, sem suspeita nem aviso, golpeando vagarosamente por trás, dor homeopática, mas estrago maligno, sem volta, recheado de seqüelas de dias que não voltam mais.
Este castelo hoje em ruínas já representou tudo e todos, uma alegria e conquista plena, hoje vistas como verdadeiras derrotas, feridas plantadas em um espirito bom, hoje doente.
Talvez um dia uma nova morada se erga, um novo e seguro porto onde minha alma possa descansar, se curar das pancadas que hoje recebe, se livrar de todos aqueles que a matam dia após dia, e viver, tão somente viver, novamente algum sonho.
Meu mundo, meu castelo de areia.