Me deixe...

Há um calhamaço de dúvidas que nem eu mesmo criei. Eu não sei a resposta. 

As palavras se foram, ou a razão sessou. Um silêncio dentro de mim refletiu aqui, e a cada ano que foi se passando, quase uma década, houve a morte da esperança. 

De resposfas mal dadas à verdades cruéis. Tiros no pé e sorrisos fiéis. Eu sentia a necessidade, e ela sufocava até me trancar aqui, e então eu registrava um fúnebre auto-depoimento. 

Cada noite, cada dor, cada valsa com a solidão. Eram dias e dias, meses e meses, um infinito abismo do silêncio.  

Escrever não é um dom pra mim, um talento da criação. Escrever e um espelho, um reflexo da minha alma. Um bizarro prolapso mental onde exponho do avesso as toneladas de pressão que esmagam minha consciência dia após dia. 

A dez anos atrás, talvez os gritos representassem a liberdade de uma mente livre para sonhar, livre para questionar a violência com que a vida nos amarra, nos sufoca, e eu via tudo isso de fora. Fui engolido abruptamente pela necessidade de encarar a realidade.

Hoje em dia, eu não me encontro mais. Aquela mente se foi. É difícil pra mim estar aqui, e não encontrar mais o jeito de dizer o que tenho aqui dentro. Talvez eu tenha me perdido, de mim mesmo.  

Desculpa.