Insano

Eu crio. Eu destruo.
Nada mais natural que perceber as loucuras que fazemos. As mais descontroladas tentativas de e tornar normal. E eu sempre esbarro no fracasso. Sempre tentando ir contra aquilo que provavelmente seja minha meta, minha trilha. E mesmo assim insisto e descubro que não existe outro caminho.
Isto não é amar, é insanidade à flor da pele. Inviável, sem o mínimo respeito. Transforma querer em rejeição, gostar em odiar, viver, em morrer. Maldita hora que se permite tentar, isto abre espaço aos buracos rumo ao precipício.
Isto não é amar, é doença sem cura, conspiração. Provoca raiva, leva sua alma, impede de viver, de sorrir, de alianças. Trancado dentro de si, sem pena.

Sinto pena disto, e de seus pequenos surtos de clareza. Faca afiada que se bobeia rasga, sem misericórdia. Eu nada mais sou que refem dessa loucura. Um mito, uma lenda, onde talvez não existam próximos capítulos.

Minha alma por um lampejo de saber viver. Não como vocês, porcos sem luz, pequenos seres insignificantes dentro de um contexto patético de certo e errado, de prazer prostituto, alegrias enlatadas. Minha alma por um momento sem notar este mundo que me cerca. Esta cartilha da ignorância, seguida a risca.

Onde eu crio, florece, flori. Neste jardim de cores únicas, de perfumes doces, de água límpida e pura, eu planto. De onde pequenos brotos surgem todo dia, separo os espinhos, separo o que encanta.
Eu destruo, sem dó. Do mesmo jeito que brilha, adormece na escuridão, apagada, sem forças para renascer. E eu faço isso sempre que tentarem o desequilibro, sempre que agirem feito loucos.

Levo daqui as lembranças.  Deixo um rastro sem pistas, um caminho impossível de ser seguido, um passado. Meus olhos enxergam cada dia, o ultimo capitulo de uma dessas novas histórias.

Meus olhos viram seu fim.