Finito

Faz um tempinho que não passo por aqui. Confesso que ando evitando, pensamentos vem e vão, mas eu tenho deixa-los pra trás antes que me sufoquem.
É um trabalho de mente bastante complexo, sofrido, doloroso. Por falar nela, perambula sem me abandonar.
Sempre presente entre dois lados distintos. Harmonioso e fluente, árido e divergente. Sei que hoje desisti de lutar por batalhas perdidas. Que aceitem o fardo da inconseqüência. Eu só lamento.
Tento apenas focar nas estrelas e esquecer os alardes nebulosos, sempre tentando me desfazer, me tragar de volta ao caos. Mas estou vencendo, estou dando meia volta ou volta inteira e ignorando antigos demônios.

A verdade é que meus gritos nunca cessam, apenas engulo seco o berro antes da explosão, e tento enxergar tudo de bom, só o bom como destino ou aprendizado.
As portas de agora lentamente rangem ao fechar, como um choro melancólico de pena, nostalgia, indignação, e lamentação. Esta última por não conseguir encaixar o que eu gostaria.

Vou comigo, vislumbrando entre as frestas raios de sol e sabor de orvalho, campos e campos, a simplicidade da vida escolhida entre varias vidas que passei.
Quero evitar essas visitas, este lugar me assusta, como uma casa cheia de espelhos, por todos os ângulos me rebate a voz que opõe, e a que impõe.
Vou atrás de pareceres, respostas de dentro de mim, sem medo da surpresa, boa ou ruim. Vou levar a coragem, que adormece mas não desaparece, me diferencia daqueles que dela órfãos são.

Eu abro, simulo, e se tudo me fizer olhar a diante, eu provavelmente aceito o desafio.