Estrela

Longo tempo que não acordo feliz. Sem ter a incerteza pesando sobre meus ombros, me forçando a ajoelhar, sucumbir ao caos eminente.
Eu não tento ser o que não posso e não posso ser o que tento, isto me tormenta. E eu expresso isto apenas por diversão, à vocês.
Mostrar as feridas e não as cicatrizes é para poucos, somente para aqueles que não se escondem em mascaras que escondem o verdadeiro recado.
Já se tornou ponto comum, coisa sem importância, não comove ou impressiona, mas continua sendo real. Eu vivo aquele pedaço que você esqueceu, por medo ou conveniência.
Ainda estou aqui, puxado pra fora dos meus sonos, arrancado da chance de apenas respirar, calmo e pausadamente.
Gritos no vazio de uma alma doente, a deriva pelas circunstâncias, ferida pelas escolhas e em coma pelo esquecimento. Os gritos ainda não ecoam a ponto de alguém ouvir, virar, e dizer, "aqui, este é o caminho."
Quando a mente sucumbe, o corpo padece, e isto vem aos poucos se tornando real. Matando aos poucos e ofuscando o brilho antes puro e radiante.
Estrela que nasce morta, da o sinal que já se foi, seu brilho é pista, mas não é real. Sinal de vida que passou, futuro não visto, passado apagado, estrela entre o infinito escuro, luz de sua partida.
Se eu não sumir, minha existência será sem nexo, sem rastro de propósito. Me guia ao infinito para o recomeço.
Eu não aguento mais esperar.