Prosa só.

Sento-me ao seu lado, de braços dados, sorriso aberto, sem aquelas neuroses que rebatem dentro de mim. Procuro te escutar, sei que não pretendo fazer isso, mas me sinto condicionado. Os meus gestos são quase sempre marcantes, outrora puros e inexplicáveis, mas o que devemos ter de razão?
Eu vivo, respiro o mesmo espaço que você, e a gente sobrevive, de repente somos surpreendidos pela risada, que toma conta dos nossos rostos, e paramos, pensamos se aquilo é verdade, talvez seja. Eu acredito no que você diz mesmo sabendo que poderei não levar a sério. Afago seus cabelos, estes gestos não me agradam muito, eu não nasci pra isso, te belisco, te maltrato, isso sim sem maldade.
Eu quero achar motivos para preencher estas linhas com sutileza, sem ser grosseiro ou indelicado. Possamos ser gentis, e gente.
Caminho ao seu lado, hipnotizado, sem respostas para suas sabatinas, sem motivos pra te fazer chorar, e calo a minha boca pra não ser mal entendido. Chamamos de relacionamento as partilhas, de tudo um pouco, de até proibições, alegrias e presentes.
Não sei criar as histórias que você gosta, eu me enervo, me jogo de volta a conclusão dos fatos, direto e reto, pois me sinto melhor entendendo o meu redor.
Escrevo e descrevo o que ninguém vê, olho nos olhos da dor, mas não vamos cita-la aqui de novo. Eu permaneço quieto, mas não em silêncio, sem que me note, mas não invisível, e não morto, mas embalsamado. Sem pistas ao entendimento.
Dias escuros, noites claras, aonde encontro meus espinhos e transcrevo minhas verdades, que não se fazem entender, que confundem e irritam até mesmo a mim.
Preste atenção.