A Busca

Eu não preciso da inspiração. As vezes questionam-me de onde surgem estas palavras. Elas vem de um mundo que existe dentro de cada um de nós, não preciso inventa-lo.
Talvez você jamais caminhará por este mundo, por seus becos e trilhas, suas florestas escuras onde o murmurar ecoa e leva você a encontrar seus demônios. Não é onde você gostaria de passear, carregando seu amor, com sorrisos cheios e coração ofegante. Aqui você fecha os olhos e a mente te encontra, e isto dói, acredite.
Neste mundo onde o que você diz não importa, e as saídas foram lacradas como em um labirinto sem fim, posso desesperadamente me por a buscar pelas saídas, mas é como descolar a pele do corpo, como arrancar as entranhas de alguém ainda vivo, a sangue frio.
Eu não posso arrancar de mim esta alma, pura e simplesmente, e me tornar mais um destes zumbis que vagam sem propósito.
As visitas a este local são periódicas, homeopáticas e avassaladoras, libera a pressão constante e insana que me cerca.
Aqui já encontrei o amor, Deus, alegrias e esperança. Aqui já encontrei o ódio, Satanás, tristezas e frustração. Flores sem perfumes, enfeitam aos olhos mas não alcançam a alma, pois não possuem o básico, sinceridade natural. Deslumbram aos olhos, mas vivem sem espirito, sem essência, como cravos, e mortas por dentro.
Eu já parei pra pensar aonde vou chegar por aqui, se vou encontrar outros caminhando ou correndo atras de um modo de sair, mas talvez realmente não haja saídas, e você esta perdendo seu tempo, tempo este que dificilmente mudara algo, fato.
Quanto mais tempo eu passo aqui, percebo que o futuro se perdeu entre as trilhas que deixei passar e entre as frestas de luz que via ao longe, mas que acreditava ser uma miragem, um oásis seduzindo meus olhos a procura do paraíso. Talvez ali fosse mesmo.
Devo prosseguir.