Meu Castelo De Areia

Já escrevi assim a um tempo atras, não veio parar aqui, mandei pra outro local, pois achava ser um poema, com versos e rimas, falava de um menino com sonhos, alimentados, criados, vividos, e sucumbidos.
Falava de momentos que suas mãos foram desatadas, e ele acreditava que pedaço por pedaço, escalando cada obstáculo, montando cada peça, chegaria lá. E seu castelo foi crescendo, resistindo a tempestades, lutando contra forças absurdas, desbravando, descobrindo ser possível, se deliciando com as muralhas que protegiam seus sonhos. Ele sempre quis, um castelo.
Eu já havia citado isto, mas não aqui, pois não achava digno de figurar entre os pedaços sombrios e mórbidos que deixo neste local, mas as muralhas se foram.
Um castelo de areia, dissolvendo, desmontando a qualquer pequeno toque, visão imponente mas sem consistência, tão frágil que desmancha ao vento, suas torres, portões e muralhas, deformadas, sem nada mais que lhe mantenha em pé.
Construído através de promessas, que iludem, enganam, maltratam aquele que por sua própria força e coragem ergueu essas fortaleza achando que seria intransponível e inatingível, mas qualquer império sucumbe quando a traição vem de dentro pra fora, sem suspeita nem aviso, golpeando vagarosamente por trás, dor homeopática, mas estrago maligno, sem volta, recheado de seqüelas de dias que não voltam mais.
Este castelo hoje em ruínas já representou tudo e todos, uma alegria e conquista plena, hoje vistas como verdadeiras derrotas, feridas plantadas em um espirito bom, hoje doente.
Talvez um dia uma nova morada se erga, um novo e seguro porto onde minha alma possa descansar, se curar das pancadas que hoje recebe, se livrar de todos aqueles que a matam dia após dia, e viver, tão somente viver, novamente algum sonho.
Meu mundo, meu castelo de areia.