A Dor

Hoje é mais um dia como aqueles. Que começam como terminam. Daqueles sem cor e frio, que transborda dor. Hoje como aqueles dias que procuro lembranças pra subornar as horas, e preencher um vazio conturbante. Hoje é um dia que minhas mãos tocam algo sem forma, que minha respiração palpita sem ritmo, nas horas que ponho razoes em uma balança, uma comparação de pros e contras da vida.
Mais dos traços rabiscados no mesmo papel, seguindo a mesma linha, recomeçando um mesmo capítulo por varias vezes, substituindo personagens, que entrar e saem, levando pedaços de mim cravados em suas almas.
Contornos e luzes, venha comigo, não há historias sem tragédias, não há somente momentos de gloria, eu apresento os meus fins e você recomeça me aquecendo deste frio intenso que frisa minhas lagrimas no rosto. Para onde eu olho agora?
Eu preciso desta dor, que alimenta um sentido transformado de vida. Esta dor que provoca a essência irresistível só e pura do que sou, me calando para todo o redor. Um sussurro e tudo vem a tona.
Esta sendo frio a espera da libertação, das passadas largas que marcam a terra que me cerca. Um inferno de resíduos de um passado doente, sucumbindo a vida.
Ouvia vozes e sons, vindos daquele universo imperfeito que eu perfeitamente criei, vistoso.
Hoje é mais um dia daqueles que capítulos são apenas reprises...