Erros

O que sei é que não posso esperar das pessoas o que eu espero delas. Devo aprender que elas não se dedicam à mim da mesma maneira que me dedico a elas. Do mesmo modo que acredito que devemos gostar de estar juntos, de querer se aproximar e de sentir falta. Talvez eu tenha acreditado demais que pudesse ter para sempre todos que eu gostei, e por isso hoje em dia me sinto inconformado. Hoje tento aceitar que ninguém realmente se importa mais com outros do que consigo próprio, e de que palavras apenas servem como alibi para um suposto desfecho egoísta e insensível. Palavras, só isso.
Hoje em dia questiono porque acreditei tanto em pessoas que nunca acreditaram em mim, e aproximei tanto pessoas que nunca estiveram próximas realmente. Sempre fiz testes, deixando ir, esquecendo um pouco, parando de procurar demais, para que por um momento recebesse algo em troca, um simples retorno e demonstração de que realmente eu faria falta, mas isto nunca ou raramente aconteceu.
Fui aprendendo e constatando um dos meus maiores medos, o de errar sobre meus julgamentos, sobre em quem acreditar e confiar, naqueles que posso contar quando não puder contar com mais ninguém. Ultimamente cabem em uma mão aqueles que realmente sinto que estariam ali caso todos saiam. E ainda assim, tenho duvidas se realmente estariam por completo.
Hoje me cerco de desconfiados, daqueles que não possuem a sensibilidade de enxergar além dos olhos, quando uma palavra forte é dita, ou quando uma critica é posta, de ver que o que procuro é lapidar um diamante bruto que poderia reluzir para sempre. Me cerco de pre-julgamentos infindáveis, daqueles que são julgados por serem culpados de julgue.
Longe de mim ser perfeito, nunca me julguei assim e nem sequer quero ser visto como tal. O que me difere dos demais é o simples dom de aprender mais rápido a não cometer os mesmos erros, e a não cometer novos erros. E isto incomoda demais as pessoas. Incomoda o real fato de não terem realmente motivos sobre os quais dissertarem sobre mim. Não possuo realmente algo digno de condenação, alguma coisa que realmente seja errada e maléfica. E isto realmente incomoda aqueles que precisam de alguma forma me nivelarem aos demais.
Não é um discurso egoísta e prepotente, mas que talvez soe assim pelo simples fato de verdadeiramente não existirem argumentos contrários, a não ser os criados intolerantemente e sem propósito nenhum a não ser discordar pura e simplesmente. Incomoda, eu sei, como me incomoda também a falta de tato da maioria em aceitar.
Talvez um dia eu durma tranquilo, refeito dos desgostos, aceitando mais que nem tudo eu posso concertar, que nem todos eu posso ter e que - infelizmente - muitos nasceram pra perder. Eu não aceito isso para mim.
E quando quero vencer, quando digo vitorias, é a parte que vocês menos entendem. Que quando digo vencer, é que procuro muito além daquilo que meu dinheiro alcance, muito além do que seus status e patrimônios acumulem. Vencer pelo simples fato de ter sido importante para alguém e inesquecível quando esse alguém fechar os olhos buscando ser melhor, ou querendo entender que pode ser diferente se você pensar diferente.
Para que uma nova porta se abra, outras precisam se fechar, mas tenha certeza de fechar as corretas, elas podem nunca mais serem abertas se você errar. Eu já errei em não fecha-las, e hoje em dia eu pago por isso.