Adendo

Este não é um local de depressão. É apenas aonde estão tristes realidades. Não exalto aquilo que não vivo. Repasso a verdade, que não possui humor, momento, condição. Ela é independente.
Aquém de dias bonitos, de saudades, de lutas por apenas ser feliz, de condições, de temores ou receios, de eu estar vivo ou morto, aos prantos ou aos choros de felicidade.
Carrego comigo, hoje, ontem, amanha. Quando me trás sucesso, quando me afunda em um mar de indecisões, levanta e sacode, e não sucumbe ao tempo.
Não afirmo ser a verdade sempre, mas cravo que sou a verdade toda vez que preciso ser eu. Não minto, omito, pois não sou perfeito em todos meus atos, mas antes imperfeito que irreal. Talvez omita daqueles que não aceitem-me verdadeiro, e só.
Incompreendido, intolerável, amargo como fel, contundente como lamina afiada, sagás e dono de muitas certezas. Para muitos é simples acordar dia após dia sem questões, sem buscar algo, sem propósitos. Jamais me sentiria vivo assim.
Dentro de mim ela rebate a cada movimento, a cada pensamento, a cada visão daquilo que incomoda, daquilo que me faz mal. Um soco no estômago, impulsionando um grito. Não, eu não sei me calar.
Não aprendi a sufocar palavras, subornar meu eu, relevar. Relevo quando me equivoco, baixo a guarda quando ataco inocentes. Do contrario, é impossível me deter. Um choque naquilo que você monta e então eu desmonto.
Me exclua de perto, apague o que digo, feche os olhos para o que mostro. Não, não funciona. Pois dentro de você é imortal. Dentro de você permanece cravado enquanto por fora você reluz vitoria. Não há vitória ao olhos dos que vêem a verdade meu caro.
Desapego é uma ferramenta do bem, te trás a tona aquilo que estava adormecido. Abre os olhos ao redor, clareia a alma, separa o joio do trigo. Te fortalece. Deixa dentro de você espaço pra quem realmente merece estar com você. Vontade e não obrigação.
Hoje é um caminho sem volta. Uma estrada sem saídas, sem retorno. Transponho com receio, mas não mais com medo.
Este é só um adendo.