Trêmulo

Hoje o caminho se cruzou novamente. Enquanto a chuva caia e inundava meus pensamentos. Hoje eu deparei com a duvida e a surpresa, um sentido diferente e uma emoção sublime. Não acerto nas escolhas, não respondo as perguntas com respostas certas, mas eu acredito no que digo.
Talvez um passo a mais, um instante que dividisse tudo que acontecia. Aquilo que corria pelos meus olhos era como um diamante a ser lapidado, um sentido, uma carta de alforria de um presente negro, um presente confuso e indeciso, flambado a duvidas e ponderações.

Tem sido tão confuso tudo isto, tão incerto como certo de que as coisas aconteçam propositadamente, sempre. E a cada vez recebo mais provas disso.
Isto tudo esta me deixando a deriva, sendo levado a mercê de qualquer força, sem esforço.
Finalmente agora eu entro em um estado de agonia e preocupação. Porque isto justo agora? Porque as chaves caem na minha mão me obrigando a escolher quem vai, quem fica. Isso dói demais.
É um sofrimento que não se deve criar, um sentimento que não se deve despertar, é triste quando as estradas se separam, e não há nada que ninguém possa fazer, sou eu o ditador, o mártir, o anônimo que apedreja minha alma. E quais serão as feridas que ficarão abertas após mais essa insana passagem, me diga, me de respostas as minhas respostas, é só isso que basta.

Não posso mais uma vez desistir, não devo mais uma vez perdoar a mim. Eu não quero ser cruel. E não me faz bem ter que ser. Mas, eu não tenho escolhas. Ou sofrem ou eu sofro. E ate hoje foi sempre eu quem esteve de joelhos. Preciso parar.
Ao olhar minha face envelhecida neste antigo e trincado espelho, vejo as marcas de noites em claro, cabeça que jamais descansa, um retrato da morte em meus olhos cansados, óbito e renascimento.
Hoje então as cartas estão expostas, linhas marcadas, atitude e coragem jamais vistos, declarações abertas, portas fechadas. Levanta a força, respira, tenta achar a saída desse labirinto de novo, de onde nunca quis sair, e hoje em dia espera sentado as respostas, e elas estão vindo.
Eu só não quero machucar ninguém enquanto cruzar este caminho. É tudo muito frio. Meus sentidos se partem ao meio junto com meu coração.