Olho Mágico
XV
Capítulo Um
Zíper
Cala-te, cala-te boca.
Ao menos que sejas pra dizer o que querem ouvir, não pretenda ser a menina má.
Ao certo já conseguiu o que queria, pisando com seus pés sujos de lama sobre meus tapetes brancos.
Cala-te, cala-te boca.
Seus zunidos maltratam as pessoas menos avisadas. Tu sabes que não pode beijar a todas as bochechas que gostaria.
Mordeu algumas que eu sei, outras até fizeram você cuspir. Maldosa boca.
Cala-te!
Antes que seja tarde demais pra poder nos momentos certos, abrir. E você vai precisar.
Tente boca, sorrir. Percebe que com isso outras iguais a você te imitam?
Querem o mesmo, ao ponto de se unirem muito, muito próximas as vezes.
Beijo. Conhece boca?
Mas espere, cala-te!
De novo tentas falar de mim por você! Dominar meu corpo. Fazer de mim seu escravo.
Isto me irrita! Saber do seu poder e não te amarrar atada aos meus desejos.
Sei de ti boca, como sabes de mim.
Somos cúmplices e amantes. Inocentes e culpados.
Percebe, boca...
Me ajude, que eu te ajudo.
Cala-te!
Pelo menos por hoje.
Palavras com Palavras
Eu não costumo construir rimas
Acho mais fácil escrever textos corridos
Pensamentos que vagam pela mente
De tempos ou momentos sofridos
Eu não escrevo em rimas
Poemas e poesias me assustam
Quero expressar sem pensar
As mensagens que do fundo murmuram
Fazer rimas é muito simples
Não gosto delas, talvez nem elas de mim
Posso começar agradando, e me culpando no fim
Não escrevo em rimas ou versos
O sentimento se esconde entre palavras
Poucos conseguem talvez decifra-las
Mas eu escrevo para todos, sempre
Mas nunca em rimas, fatos certos
O que seria poema e poesia?
Não parei para pensar
Apenas escrevo sobre o dia
Noite, paixões e claro, amar
Mas jamais repito, construo rimas
Prefiro assim escrever
O mais puro e simples possivel
Para até cego entender
Deus! parei para olhar
O que havia escrito
Olhem elas ai, sem um mero aviso
Rimas, rimas, e rimas
Talvez seja um poema, não vou discordar
Mas se realmente for poesia...
...eu prefiro parar.
Funeral
- | Início