Cala-te, cala-te boca.
Ao menos que sejas pra dizer o que querem ouvir, não pretenda ser a menina má.
Ao certo já conseguiu o que queria, pisando com seus pés sujos de lama sobre meus tapetes brancos.
Cala-te, cala-te boca.
Seus zunidos maltratam as pessoas menos avisadas. Tu sabes que não pode beijar a todas as bochechas que gostaria.
Mordeu algumas que eu sei, outras até fizeram você cuspir. Maldosa boca.
Cala-te!
Antes que seja tarde demais pra poder nos momentos certos, abrir. E você vai precisar.
Tente boca, sorrir. Percebe que com isso outras iguais a você te imitam?
Querem o mesmo, ao ponto de se unirem muito, muito próximas as vezes.
Beijo. Conhece boca?
Mas espere, cala-te!
De novo tentas falar de mim por você! Dominar meu corpo. Fazer de mim seu escravo.
Isto me irrita! Saber do seu poder e não te amarrar atada aos meus desejos.
Sei de ti boca, como sabes de mim.
Somos cúmplices e amantes. Inocentes e culpados.
Percebe, boca...
Me ajude, que eu te ajudo.
Cala-te!
Pelo menos por hoje.