Osromer

Como escrever sobre os mesmos temas, rimas dobradas, falar sobre os mesmos perfumes, desenhos de bocas, gostos, texturas que saltam a pele, que transmitem o prazer, demonstram o suor, calor, brasa que arde fere e marca, não quero menos que isso.
Hipnotizar sem saber, eu escrevo por instinto, e você não descobre o caminho. Não sou poeta, versos errados, pequenas estrofes, refrões e palavrões. Do lado de cá eu me sinto maior, e não tenho limites, não construo regras, não sinto frio, e só atraio, mais e mais.
Chuva, inspira poetas, haha, eu não sei o que é ser um poeta. Não penso, auto-denominação, jamais aceitaria tal título. Sou imaturo ao extremo, e subjulgado aos montes.
Neste mundo de críticas e sarros, onde os mais fortes se tornam problemas, onde os fracos não aprendem, e onde bocas falam mais do que o par de ouvidos possa escutar. Se calar a boca, aprende, dia após dia, para ter base para ser diferente. Cuidado com a  hipocrisia.
Troco suas mil páginas de palavras por 1 segundo de gesto. Qualquer toque. Te tira do centro. E eu rodo sem rumo, tonteio e caio.
Não leio porque não me agrada. Não preciso da leitura pra criar palavras, elas se criam. Vamos todos nos ater  a pureza dos gestos. Não preciso ser perfeito. Esta na mente de vocês, criam e matam, alimentam e podam, apenas de tempos em tempos eu sofro.
Aqueles que não levam a sério o que estão lendo jamais sairão de seus infernos. Engolem seus desgostos, soluçam sua raiva, e choram seu sangue. E continuam ali, sendo aquilo.

Eu começo de um jeito, termino de outro, me faço entender, e dou risada. Eu emito um som, maqueio um sorriso, e dou risada. Eu levanto seu corpo, toco sua mulher, e dou risada.

Não escrevo pra te libertar, apenas te mostro que existe outro lado, de onde você vê a si mesmo com asas, com uma pequena dose de fantasia.
Mas não, o melhor é se afogar em remorsos.
Ah, os remorsos...