Oásis

Esta é uma noite longa. Daquelas que não terminam antes do sol raiar. E nestas noites sem fim não encontro respostas, porque elas não existem. Porque nestas intermináveis horas que eu passo a questionar as tais tentativas de ser feliz é onde eu mais me perco, mais me debato contra as teorias de felicidade que ouço por aí.
Minha cabeça pesa mil toneladas, e por dentro um vazio, jamais preenchido, e de uma forma sem sentido eu fecho os olhos, procurando entender os fins que a vida me justifica, se isto é possível.
Sei que este espaço parece nunca ser preenchido, nunca ser completado, como um quebra-cabeça faltando uma única peça, aquele detalhe que revelaria tudo, e fim.
Minhas esperanças flutuam a deriva, dia após dia, eu realmente queria o fim dessa espera, de todas as perguntas sem um ponto final. Um ponto onde a vida se faria valer a pena e o sentido realmente se mostrasse. Sonho meu.
Me sinto como que se houvesse encontrado um oásis. A distancia observava aquela mais bela paisagem, e passo a passo enquanto ia me aproximando, a verdade era diferente, era inesistente, desaparecia na imensidão do espaço.
Longa longa noite sem tréguas e sem perdão. Cada minuto um aperto, uma facada em pontos cruciais, cutucando cada ferida aberta. Maldita existência. Sangro sem sentido. Porque não me alivia dessa miragem de viver? Eu não aguento mais ser este fantoche dentro do seu picadeiro de dor.
Faça justiça antes que eu faça besteira.