Cristais


Uma linha tênue entre a felicidade e a frustração, onde a serenidade se separa do pensar, e traz de volta uma completa linha de angustia.
E isto me leva a noites mal dormidas, pensamentos ao longe revirando minha mente e me impedindo de sarar.
Não existe cura para este caso, perdido e isolado dentro de mim. Me destruo fisicamente, me arraso mentalmente, e jogo os dados para mais um dia. Quando digo não escrever sobre amor usando inspirações, digo porque o amor sana meus temores, e quando isto acontece, fecham-se as palavras.
Eu estou volúvel e frágil, como um cristal. As lanças ferem cada dia mais, e sempre mais fundo, e suas feridas cada vez mais complicadas de cicatrizar.
Quando isto vai realmente parar? É melancólico me ver a deriva sem porto onde ancorar.
Eu não me importo se isto é bonito, se palavras assim te frustam ou não agradam, eu retrato e reporto à mim. Continuo dizendo, noites em claro, mal dormidas, revirando e ferindo, me matam.
Me traduzo aqui, em pequenos lampejos, não falo de você ou pra você, mas não me calo.
Evito a morte sem medo de morrer.