Laços

Nas noites que não terminam, onde sorrimos
Com palavras doces que cobrem as madrugadas, mimos
De rosas vermelhas, pétalas doces, espinhos afiados
Gotas de orvalho que transmitem o suor, corpos suados

Nuvem que cobre meu dom, que esconde meus gestos
Palavras avulsas, assustam meus olhos
Pareço não entender, uma por uma, amor e protestos
Do amor eu tiro as armas, uso e abuso
Seus medos te atraem sem motivos, confuso

Uso vírgulas que separam o fim, de novo
Quero continuar, separo, e paro
Como é possível não entender, eu quero
Eu digo doces, amargos e puros, é vero

Do desconhecido ao irresistível
Para chegar ao que hoje chamamos de desejos
Isto confunde os sentidos, indescritível
Freio com medo de me perder, esquecer os cortejos
Lamina afiada, navalha cruel, fere

Sentidos marotos, desrespeitosos, desleixados
Vão sem dó, pra onde eu não sei, eu permito não saber
Querem que continue, mas não tem sentido.
Assim...

Madrugada fria, onde perco meu sono, onde encontro razões, que me seguram aqui, Madrugada do silêncio, que me abraça e me respalda, juiz dos meus atos, cúmplice dos meus pecados,  bandido da minha razão. Se eu quero ser único, me livro e me separo do casulo do medo, deste pequeno círculo vicioso. Meu começo, meio e fim. Meu fim sem palavras.