Poeta

Simples, direto e real.
Eu não sou poeta, eu não sou escritor, não divido glorias, não recebo prêmios.
O que digo é da alma, é retrato de vida, paixões e brigas, suor e lagrimas.
Pedaços de vida que se partem, terminam aqui, no porão da minha alma. Isto é fruto da demência, uma tal que não controlo, que me permite ser anjo, maquiado de demônio.
Isto é sentido, vivido, passado e presente. Recuo o futuro e cravo meus sonhos, medos e loucuras.
Aqui de onde estou não existira o poeta, o sagaz das palavras, que confunde sua mente e salga seus desejos. Eu sou o escravo do meu sonho, a vitima dos seus delírios e o assassino do agora.

O que a vida me ensina, eu regurgito em pedaços. Crus, doentes, câncer que some e volta, curado, infeccioso, maligno e benigno.
Não há voltas, poeta, não a regras nem limites, presos ao seu corpo, devorando sua alma, eu amo meus espasmos de lucidez.

Mas vivo na utopia do astro caído.

Loucos aqueles que se prenderam aqui, mundo ríspido e seco, laços sem fitas, cortes sem sangue.

O que esta em mim é puro, salgado e raro.

Poeta? Poesia?
Vida e suas leis.