Marés...



Na brisa fria e suave que sopra do mar, ele encontra a paz para faze-lo refletir sorrateiramente, em meio a todas suas angústias. E ao longe ele avistava uma sombra que reluzia ao brilho da Lua, sobre a agua calma. E jamais imaginaria que a maré traria de volta aquela sereia que visitava seus sonhos. E seus olhos azuis mesclados ao brilho da noite, e seus cabelos negros brilhantes como cristal, tornava a fantasia realidade. E mesmo assim apenas de longe ela aparecia. Não deixando o calor do toque, o poder do olhar, transpor a barreira que separava terra e mar. Na serenidade da noite, com seus sons e temores, ele sentia a paz, enchendo seu peito, nada de dor, nada de gritos.
E a sereia sorria, admitindo o amor, a cumplicidade do que se sentia. Abria seus braços, e mergulhava, desaparecendo na escuridão silenciosa.
E por mais uma noite, ele por horas se via hipnotizado pela beleza do mar, e por seu poder de demonstrar o que palavras não alcançam. Se levantava, deixava marcas na areia, caminho a ser seguido.
Mas ela, a sereia, nunca sairia do mar...