Negação

Na minha vida não existe a negação do que sou.
Não existe espaço para a dúvida ou a meia-verdade. O que sinto é por completo, e os socos que dou na cara de quem me desagrada é pra doer. Seja da forma que for.
Os meus tormentos existem pelo simples fato de viver, de conviver com o pesadelo nos olhos dos outros, daqueles que não vêem metros a frente.
Eu nasci para absorver esse mal, toda essa raiva que você é incapaz de passar adiante, de mostrar aos outros.
Minha existência é curta, e meu legado talvez eterno, pois o que penso e sinto é imortal.
Vocês me fazem doente, me consomem a alma, e quero me livrar de tais doenças.
Não aceito o que não acredito, e não subjugo as minhas convicções, sem coloca-las a prova, sem deturpar o que acho correto, eu não me moldo a essa mentira.
Não posso negar minha alma, não existe o ser certo, o querer mostrar uma outra face politica ou polida pelo tempo, o tempo me faz mais convicto.
Das palavras que ouvi, desprezo, escarno de mim como virus, pois não me servem, vocês não me servem, e a existência chega ao fim.
Meu limite é pequeno, é intolerante e irredutível, eu nasci para prosperar em meio aos patéticos que lutam por pena e dó.
Dessas palavras que para vocês nada significam, eu faço minha oração. Meu altar de desaforos, de onde por cima dos crânios eu vejo todo o resto, a sobra das mentiras que não me alcançaram.

Lavo minhas mãos e espero pelas feridas mais uma vez, não temo a morte dos sonhos, mas sim a incapacidade de sonhar. E meus princípios são meus louros, meus livre arbítrio é minha resposta a todos aqueles que se transformaram em um câncer. Eu não sou mais um.
Eu não me curvo aos seus atos, e sua religião me enoja, assim como os princípios que você tem como correto. Eu quebro suas leis, e isto dificulta sua resposta, não existe resposta.

Puro como ácido, corrosivo, contundente, resposta a sua hipocrisia, talvez você já esteja morto. Eu ainda sorrio, sobrio, consciente de que por mais que todos tentem, minhas pernas fortes caminham na direção que eu que escolher. Eu não ajoelho aos caprichos de ninguém vivo.

Minhas palavras incompreendidas por você, por todos aqueles analfabetos de alma.
Eu a cada dia me perfaço, arranco mais um ferida, e devolvo ao seu mundo, como praga.

Nada me mata.