Achava que nada poderia ser pior que a morte.
Mas nas noites que sinto apenas seu silencio, naquelas noites nas quais estendo os braços e não te encontro, eu morro por dentro.
Deus é incapaz de sentir o que sinto, por isso não me enxergaria. Nem mesmo aos meus pedidos, ao os meus urros a procura das verdades, ou de porque eu não posso apenas ser feliz.
E quando eu não encontro mais vozes que acariciem minha alma, compreensão ou entendimento, eu me tranco em celas sem saída.
O limite entre quem ganha ou quem perde, onde quem ataca e quem é atacado, atravessa por mim e passa, e os dois lados se vão.
E pior que a morte é enxerga-la rindo de você, e suas chamas queimam mesmo que eu não as toque, porque eu já estou morto. De uma forma invisível aos seus olhos.
Nos ataques onde sou subjulgado, onde sem pensar você atira suas facas e apunhala minhas costas, será que não percebe os efeitos?
Tudo que vejo agora é meu reflexo, e a ausência de luz para onde me guiar, a ausência de sentidos e em quem acreditar. Não há esperança.
Eu só queria que tudo isso comigo acabasse, me tirando daqui, deste local onde eu não sei em quem posso acreditar sem temer fechar os olhos e não haver mais nada.
Hoje estou assim, encontrando quem eu quero apenas dentro de mim, quando deveria poder tocar e descobrir que era real.
Palavras não convencem quando estamos em mundos diferentes, com a falta de compreensão, de consolo por amar.
Talvez o amor que eu tenha conhecido não foi ainda capaz de me mostrar o que é amar. E luto por quem seja capaz de me provar que ele exista.

Nada disto faz sentido porque ninguém poderá ler dentro mim neste exato momento.
Sempre sozinho.