Se Sim

Pois talvez não haja mais o que ser dito. Quando as palavras cessam, se transformam em silencio, se calam perante tudo aquilo que se vê, talvez ela compreenda que esta derrotada.
Sou as vezes surdo demais, outrora cego demais, incapaz de acertar quando os dados são jogados por mim, e quando não aposto com fichas certas. Minhas metáforas subjetivas, incompreensivas, inclaras, levemente borradas por acusações diretas e doloridas.
Sei disso, sei daquilo, não falo de verdade sobre aquilo que minto, minto sobre as verdades que transformei em mentiras. Aqui aonde ninguém mais aparece, um esconderijo, eu lhe atraio a esta armadilha.
Duvidas não sanadas, dividas não pagas, promessas que eu cumpri sem ter prometido, e eu ainda, eu por mim, eu existo ainda, se sim. Preciso lavar os olhos, aceitar o que vejo de uma forma indolor, mãos juntas, unidas. Eu me borro de medo dessa tal realidade.
Lá fora as coisas não se encaixam, exemplos de desexemplos, uma luta com armas de festim, que não ferem o corpo mais sepultam a alma. Alma, eu me apaixonei por dizer sobre a alma. Tento criar esta luz para justificar a escuridão eminente sobre o hoje, sobre o que ontem era certo e se tornou hoje, e amanha vem sempre depois do hoje, e isto é meramente imposto.
Se sim, deixemos levar como corredeiras, sem rumo ou destino, por um caminho forjado aos ventos e força quase bruta, brutal, semeada de exemplos banais. Acredito sem crer que eu, você, eu, eles, não exista razão.
Os olhos se furtam, se fecham, buscam por um caminho dentro do próprio labirinto já existente, que infinitamente me traz de volta a estaca zero, puxa e agarra, impõe suas metas e diretrizes.
Uma nova história devera ser contada, um jardim sem flores, sementes ao solo, novos brotos com rosas e espinhos, um novo conjunto de fatos. Se sim, procuro estar acreditando, sem muito aceitar, sem duvidar, procuro aos poucos um respiro mais pausado, um conformismo verdadeiro e que traga calma e principalmente gloria.
Como um suicida obcecado por seu objetivo, prestes a aceitar o que impôs, eu deixo fluir tudo aquilo que transcende minha mente, mas que não pode ser interrompido abruptamente durante este processo.
Se sim, tudo para.