Estupro


Seus lábios trêmulos expressavam o mais puro prazer.
Não mais se segurava, não mais lutava e nada podia fazer
Contra a raiva que despertava dentro de si. Um feitiço sem cura,
Uma reação sem controle, sinal de uma vida pura.
A força, olhos nos olhos, não haviam sons,
Nem sequer os ruídos de seus movimentos. Pequenas notas ou tons
Seu toque desconhecido invadia qualquer espaço que pudesse ser alcançado.
Rasga sua roupa, lhe toca com o corpo, convite ao insano
Dois corpos, uma mente, segura o maldito, cruel e profano.
A mistura de dor espiritual flambada aos delírios do querer
Nunca havia pensado no ato, rosto surpreso, corpo tenso, a amolecer.
Grita com ódio, segura seu corpo, o concreto é frio, arranha, excita
Fêmea, indefesa, mulher, presa.
Seus olhos se fecham, nega o que vê, permite-se apenas sentir
Negar aos olhares, tentativa invão de mentir

Naquele momento, ultimo pulso, trêmulos.
Ardência, seu coração grita sem controle, perdido
O toque termina, lhe resta o frio, como cúmplice do que havia sofrido
Sem passos, suspiros, vazio de corpo e alma
Mata-me de prazer, mata-me.
Dor
Rosto riscado de lágrimas.
Corpo banhado de amor.