Desgovernado


Eu não posso parar.
Não quero contar historias, contos, ilusões. As vezes os dias são apenas reais, e sem as fantasias que maqueiam nosso redor. Quero os meus gritos no vazio. Quero que eles soem alto e forte. A algum tempo eu não me via aqui, agora, desperto em meio ao silêncio da noite, do frio que encolhe nossos corpos e contrai nosso sorriso, ocultando-o.
Ninguém a não ser você mesmo consegue tirar este sentimento de solidão de dentro. Mas o que isso importa para os outros, nada.
Quero não querer, não pensar em momento algum. Quero um coma induzido. Sem dor, sem ver o tempo passar. Quero apenas as lembranças de historias assim:

" E ele um dia sorriu para o mundo e seus olhos miravam o infinito. Respiração funda, suspiro, aperto de mãos e olhares cruzados. E ao seu lado poderia contar para tudo. Força, gana, vontade, vitória. E ele sabia que havia alcançado tenros pedaços de satisfação, agradecia. Lágrimas apenas de tanto sorrir, de se contemplar pequenos momentos. Vivendo sem medo, vivendo."

Acabou. Nua e crua realidade que destrói a força, pedaço por pedaço. E a vida, como já dito, matou o sonho que sonhei, e espero que um dia ela se faça justa, que se faça valer cada aperto no peito de angústia e vazio que assombra minha mente.

Vai.