Estufa



Neste belo jardim onde há flores de plástico
Insintimos em sentir o perfume no ar
Queremos tocá-las, acariciar seus contornos
Fazend0-a sorrir, como em um suposto suborno
Passos ao redor sem pisar no mesmo local

Não precisamos regá-las, eu mesmo nunca fiz
Sei que parece frio ao olhos de quem não percebe
Mas caminhar neste espaço me engana aos olhos
Os sentidos se perdem, pois não são correspondidos
Passos contados sem repetir os números

Coloridas, de formas variadas, estão aqui
Apenas não vejo seu brilho reluzindo ao toque do sol
Fecham-se ao corte, abrem-se ao sorriso, mentira?
Seus nomes diferentes as mantém no anonimato, mentira?
Passos sem força como ao se caminhar sobre cristais

Fecho as portas deste jardim, das meninas e moças
Deste modo chamo as flores, que deveriam perfumar
Os botões adormecem nos vasos, não afloram mais
Flores de plástico, mas que fazem homens chorar
Passos parados sem forças pra continuar.