Condicional

Vivo a vida assim. Pedaços de alegria, montanhas de dor. E sobrevivo assim. Se aquilo que queres é o que no fundo deseja, nada posso fazer. Penso nos bons, penso nos ruins. E o mesmo orgulho que me empurra pra frente é o mesmo que não me deixa recuar. Talvez tudo tenha razão, e o propósito seja este, mas quem vai saber se está certo? E as glórias serão dadas, e mesmo que palavras maldosas saiam de sua boca, as verdades sempre existirão. Dentro de mim.
E percebo a distância, e o tempo separa e destrói. E as promessas dissolvem ao vento. Se diluem ao sabor da fria transformação de corpo e alma. E se assim for o fim, melancólico, que seja transformado em mais um aprendizado, em mais uma volta nessa eterna montanha-russa. E se os passos se perderem nas diferenças dos caminhos, eles nunca mais serão seguidos. E se as trilhas forem esquecidas, nunca mais terá volta. E acaba.
O meu coração absorve, dor atrás de dor, e pulsa, ainda. Porque por mais forte que sejam as feridas, elas terminam em cicatrizes. E eu não despenco. Se não queres saber de mim, paciência, e os dias passam, e as noites chegam vazias, e as tempestades assustam mais que o normal. Se a solidão vencer, desisto. Mas nada ainda me fere mais que a indiferença.
Se os olhos são incapazes de ver o quanto brilha minha alma, esta cega. Se não sente a presença, está cega. Ou pelo menos se vendando.
E as vidas que estavam sendo contadas param subtamente.
E o que será agora? Um próximo capítulo ou uma nova história?
Vivo a vida assim. Sou a novidade que fascina, e a doença que não se cura. E sabemos da força que tenho, da pura magia de atrair próximo a mim boas coisas. E isto nunca vai parar. E nas noites que você se aproximar da solidão, vai me sentir. E dói, e não é pouco. E subornando essas dores você vai viver sem saber se foi ou não certo. Apenas verdade.

Guardo pra mim.