O Sonho

Eu estive em um sonho, não morto pela vida, de onde eu via o paraíso, e todas as coisas boas que minha juventude sonhou. Eu havia estado ali, segurado pelas mãos, com a dor em meu peito controlada, e as pessoas sorriam, meus amigos enxergavam a paz, e tudo estava claro como cristais reluzindo a luz do sol.
Porque sempre que eu sorria, eu apaixonava alguém, e o amor se fazia presente sem ao menos se tocar, eu estava ali e dali não queria sair.
Achava que as perdas teriam se tornado raras, e que as vezes todos choramos, mais cedo ou mais tarde tudo que poderia dar errado cessou, e os dias eram brilhantes, e eu esperava...
...pois achava que já tinha o bastante nesta vida, e que as mãos que me ergueriam aos céus me trariam a paz, banhada as lagrimas daqueles que conviveram comigo.
E neste caminho dos dias longos e noites curtas dos sonhos acordados e pesadelos ao dormir, eu sonhava com as vezes que alcancei o infinito em desejos, as vezes...
...onde tudo se transformou, eu ainda espero, espero o momento que meu peito se estufe de vida, da mais plena e satisfeita, dos pequenos gestos e afagos, meus mimos sem vergonha de mimar.
Homem que me tornei sem a fraqueza de sucumbir, eu hoje sonhei com aqueles que seriam meus amuletos, e com amores que a distancia não destrói, e uma juventude que se faz presente dentro de mim.
E elevo meu espirito nos meus sonhos, liberto meu mais íntimo suspiro, de sonhos que a vida não pode sepultar.
E que os sonhos sobrevivam, que as tempestades que destroem minha vida, não coagulem os dias em que acreditei ser possível não desistir.
Ou eu desistiria de tudo por nada disto.