Cascalhos

Luzes, um fim esperado, uma história que não possui roteiros. De onde nasce o brilho que sustenta cada momento, cada afago e sorriso, de onde nunca poderemos sair, estes são nossos dilemas. Na esperança de um dia onde o tempo não consuma minha alma, onde eu não precise lutar por um pequeno gesto de paixão.
Quando a gente não sonha, perde o medo de morrer.
E os detalhes não fazem mais sentido, páginas em branco dentro de um livro rascunhado, escrito a mão, rabiscado. Eu as vezes desejo que isso termine, que me deêm a paz para sempre, e então procuro os sonhos, alimentando meus passos novamente, pois sem eles me cubro de temores e uma escuridão paira sobre tudo, deserto onde não encontro ninguém, nem sequer minha sombra.
Aqui, inerte em meio a turbulenta selva da qual não pertenço, tento ao menos me curar das feridas abertas e estancar o sangue que verte dos meus delírios. Você é capaz de enxergar cada gota?
Meus sonhos mudos, acorrentados dentro de mim, choram por liberdade. O que talvez me mate um dia, a falta de um lugar onde parar, cansado de lutar contra o que não se pode vencer.
Qual meu dom? Quais minhas virtudes? Sofro calado cercado de rascunhos frios e cismas, não inspiro você como deveria.
Por mais que eu lute para vencer este abismo, o fundo nunca é o bastante. O medo se perde, junto com meu pulso.