Solitária

Noites curtas, pensamentos ao longe, se perdendo entre duvidas que insanam a mente. Os versos sem rimas, as palavras doces que sussurravam em seus ouvidos. Ali não estavam.
Abraçada apenas a seus travesseiros, companheiros das madrugadas, do silêncio interminavel da espera, isto maltrata sem dó.
E ela chorava sem ritmo, querendo entender as tormentas, soluços descompassados, segurava a voz, e fechava os olhos. Ali, naquele pequeno espaço, ela sofria.
E quando pensava nele, aliviava a dor, como um calmante natural, sorria com os olhos vermelhos e rasos, ardidos de saudade.
Esta menina vivia o impossivel, nos sonhos que a vida lhe insistia em roubar, achava forças para seguir em frente. Seus gestos mudaram, seus amores passaram, e o que antes era proibido hoje é essencial.
Abalada sempre, destruída jamais, sua luta era sempre recompensada. Pois a espera proíbe o agora, mas alimenta o amanhã, como lenha na fogueira, do desejo.
Doce como nunca antes doce, luz como nunca reluz, princesa. Guarda no peito seu amor, que dói no coração mas afaga a alma, guarda contigo seu desejo mais profano e sadio, rasgado e real.
E quando pensava nele ardia em brasa, sabendo que o melhor ainda viria.

Solitário amor, verdadeiro e cafona, primordial.