Cicatriz

E perdas existem para que outros vençam. Devemos entender a vida, e suas tentativas de nos educar, de nos ensinar a não cometer os erros que fazem dela um sofrimento.
Mas não, somos desobedientes, malcriados, e tratamos da vida com desdém. Tratamos sem afagos quando nos dão carinho. Somos ásperos quando tocados por plumas. E somos maldosos, transformando a vida em uma eterna culpada.
Justo ela que nos ensina a amar, que nos ensina que amigos não subjulgam amigos, que amores vem e vão, e que nessas idas e vindas esquecemos de quanto a vida, sem forçar, nos da lições dos verdadeiros valores.
Certas vezes a vida me derruba, e eu sem pique me entrego, me manso como fera domada, sem mostrar as garras, sem olhos famintos. Mas as vezes a tal vida te mostra que é preciso reagir, que é preciso mostrar as pessoas que estão se perdendo em um caminho sem volta. Pois a estrada não tem retorno, não se pode voltar atras e mudar o rumo decidido.
Tão somente só, eu me remôo, me calo por fora e fervo por dentro, pois não aceito o desprezo. Não aceito traição, nem por um segundo, a traição de alma, traição de sangue, de concussões, de dor, de alegria, a verdadeira.
Mais uma noite enquanto o sono me laça eu reflito sobre a vida. Reflito sobre quanto a conheço, quanto ainda devo aprender, e ela não cansa de ensinar.
Loucos aqueles que trapaceiam, que subornam tudo aquilo que deveria ser natural.

Eu estou aqui, e desta vez estou calado.