Capítulo Três



Com os sentimentos que tiram da gente as mais diversas reações, as mais profundas mágoas e alegrias. Aqueles que nos fazem sentir prazer quando chegam, e aqueles que relutamos em vir, e que geralmente não podemos escolher quando. Aos sentimentos que provocam as pessoas, aqueles que irritam, que machucam, que ferem e que nos trazem perdas. Do lado de cá do vidro apenas o calor da minha respiração.

Dos socos que arrancam sangue, a dor mostra a verdade. Nada estanca feridas abertas. Como os sentimentos que afagam as pessoas, aqueles que as fazem sorrir, que confortam, que incentivam. Vivemos do reflexo das provocações. Mais imagens distorcidas. Não perdemos nossa meta, mas perdemos como alcança-las. Do lado de cá do vidro apenas os vultos da angústia.

E os sentimentos nos impedem de parar. Dia após dia, empurrões.

- Mas não existe como viver apenas disso, e não existe como viver dos delírios da nossa mente. E a minha mente me suborna a este mundo paralelo de onde eu não quero sair, e onde estou fadado a morrer. E fascina aqueles que caminham sem dor, e fere ainda mais aquele que cria essa estrada. Mas crio meus desvios, onde eu posso parar e admirar tudo que percorri, e o horizonte aonde ainda preciso alcançar. Mas é mentira, um ponto, um conto. Uma vírgula, uma nova realidade, não é verdade, é mentira. Acredito que você não possa entender, isto é verdade. E tranço em minha mente um labirinto em circulos. Selado. -

Não escrevo poesias, escrevo versículos. Onde sempre os capítulos vencem.